Manaus, 19 de abril de 2024
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Cidades

Anestesistas param por falta de pagamento e cirurgias são suspensas na Fcecon

Anestesistas param por falta de pagamento e cirurgias são suspensas na Fcecon

Médicos anestesistas que estão há três meses sem receber, cruzaram os braços, nesta quarta-feira, 31, na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (Fcecon), ocasionando a suspensão de todos as cirurgias eletivas agendadas no hospital. A instituição é a unidade pública de referência no tratamento do câncer no Estado e faz, em média, 20 procedimentos cirúrgicos ao dia, conforme informações divulgadas neste ano, pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam). Pelo menos oito foram suspensos, conforme informações de profissionais da unidade.

Em nota, a Fundação negou o ocorrido. (Foto: Valdo Leão/Secom)

A maior parte das cirurgias é eletiva. Apenas as cirurgias de urgência foram mantidas, evitando que pacientes com casos mais agravados, fossem prejudicados.

Destoando do discurso adotado pelo governador Amazonino Mendes (PDT), que concorria à reeleição neste ano, mas foi derrotado nas urnas, as empresas prestadoras de serviço na saúde, no Estado, continuam recebendo com constantes atrasos.

Amazonino garantiu, no último debate em que participou, na TV amazonas, semana passada, que economizou R$ 300 milhões na saúde desde que assumiu. Ele também classificou como “um milagre” as unidades estarem abastecidas de medicamentos e garantiu que estava colocando a casa em ordem.

No caso da Fcecon, que atua na alta complexidade, a categoria dos anestesistas é de vital importância para a realização de cirurgias, em especial as de grande porte.

A unidade mantém contrato com a empresa Anestesiologistas Associados do Amazonas mantém. O documento foi assinado em 2017, e aditivado em 2018, com o valor global de R$6,15 milhões. A vigência é de 12 meses, a contar de março deste ano. A previsão de gastos/mês é de R$ 512,7 mil, conforme o Transparência.

O portal informa também que foram pagos à cooperativa, neste ano, R$ 3,84 milhões. O último empenho registrado no Transparência, data de julho de 2018, no valor de R$ 967,9 mil, dos quais R$ 474 mil foram pagos.

Apesar de a reportagem ter confirmado com profissionais da área a suspensão das cirurgias, a Fcecon negou, em nota, que o fato tenha ocorrido.

Outras unidades

Além do problema ocorrido na Fcecon, nesta quarta-feira, outras unidades de saúde têm sido foco de denúncias da população, o que chamou a atenção de autoridades.

O Ministério Público do Estado (MP-AM) ingressou, hoje, com dois inquéritos públicos, sendo um deles para investigar o desabastecimento do Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, um dos maiores da região Norte, situado na segunda zona mais populosa de Manaus.

O outro procedimento apura a falta de ambulâncias para atender a população, na Unidade de Pronto Atendimento Campos Salles (Upa Campos Sales), no Tarumã, zona Oeste de Manaus, unidade que funciona 24 horas por dia.

A Susam informou em nota que não foi notificada sobre os inquéritos e que está a disposição do Ministério Público para responder a todos os questionamentos que se fizerem necessários. “Ressalta ainda que adquiriu 110 ambulâncias para as unidades da capital e do interior. Dessas, 78 foram para os municípios do interior e 32 ficaram em Manaus para reforçar o serviço de remoção inter-hospitalar da capital e o Samu”.

Em relação ao abastecimento, a Susam informou que o mesmo está regular e que situações pontuais podem ocorrer, mas são sempre resolvidas, sem prejuízo aos usuários. Sobre pagamentos, a secretaria também destaca que estes têm sido feitos com regularidade e dentro dos padrões normais para o serviço público e vem cumprindo, inclusive, com acordo para pagamento de passivos encontrados por esta gestão.