Manaus, 28 de março de 2024
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Manaus, 28 de março de 2024

Cidades

Empresários são alvos de operação da PF contra fraude em licitações

Investigações revelaram organização criminosa composta por empresários, particulares e agentes públicos, especializados em fraudar licitações e contratos

Empresários são alvos de operação da PF contra fraude em licitações

A Polícia Federal deflagrou a Operação “Inter Fatrem”, nesta quarta-feira, 22, para combater desvio de recursos e fraudes às licitações no Distrito Sanitário Especial Indígena de Porto Velho (RO), vinculado ao Ministério da Saúde.

Dinheiro apreendido na operação da PF (Divulgação)

De acordo com a PF, serão cumpridos 41 mandados judiciais, sendo 5 de prisão preventiva, 3 de prisão temporária, 19 de busca e apreensão, e 14 de sequestro e indisponibilidade de bens, nos estados de Rondônia e Amazonas.

Em Rondônia, a Polícia Federal cumpre mandados em Porto Velho, especificamente no DSEI, em empresas e nas residências dos investigados. Além dela, os policiais federais cumprem as ordens judiciais em Manaus e na sede da CASAI em Guajará-Mirim/RO.

Investigações descobriram organização criminosa especializada em fraudes

No decorrer das investigações relacionadas à Operação “Inter Fratrem”, a Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF), identificou uma organização criminosa composta por empresários, particulares e agentes públicos, especializados em fraudar licitações e contratos, especificamente com a falsificação de documentos, conluio entres as empresas e pagamento de vantagens indevidas para servidores do DSEI.

O objeto da investigação foi a contratação dos serviços de locação de veículo, com motorista, para atendimento dos povos indígenas, e de terceirizados do DSEI, além da prestação de serviços de apoio administrativo. Foram apuradas fraudes no caráter competitivo dos pregões no. 06/2015 e 03/2016, por intermédio de conluio entre as empresas participantes e superfaturamento dos preços.

Nos referidos processos licitatórios participaram empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico, composto por sócios da mesma família, e as vencedoras das licitações foram previamente definidas pelo acordo entre os irmãos, mediante pagamento aos agentes
públicos do DSEI.

Os contratos de prestação de serviços foram assinados em 2016 e 2017, com valores que alcançam cerca de 8 milhões de reais e atualmente estão em vigor, com atendimento aos indígenas de Rondônia e da região de Humaitá.

O nome “Inter Fratrem”, traduzido do latim “entre irmãos”, faz menção à relação de parentesco dos principais sócios das pessoas jurídicas participantes do conluio para fraudar as licitações no DSEI-PVH.

Os presos, após serem ouvidos nas Superintendências De Polícia Federal em Rondônia e no Amazonas, serão encaminhados para presídios estaduais e responderão, perante a Justiça Federal, pelos crimes de organização criminosa, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.