Médicos do Hospital Regional José Mendes, no município de Itacoatiara, a 270 quilômetros de Manaus, emitiram uma carta aberta à população anunciando a paralisação dos serviços por causa de seis meses de atrasos nos pagamentos por parte da Prefeitura de Itacoatiara.
A reportagem do Amazonas1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura que negou a falta de pagamento e informou que “há desacordo entre a empresa prestadora de serviços e os médicos”.
Segundo a assessoria, a prefeitura vem efetuando todos os pagamentos, mas que houve uma diferença entre o que a empresa terceirizada paga, e o que a gestão municipal paga, pois a empresa alega que precisou cobrir juros junto à Receita Federal, devido a possíveis atrasos de pagamentos.
A comunicação explicou que há atrasos de gestões anteriores, mas que a prefeitura vem tentando encontrar soluções para resolver todas essas questões.
A prefeitura informou, ainda, que já se reuniu com os profissionais e não haverá paralisação.
Nesta segunda-feira, 2, uma nova reunião está programada para acontecer entre a prefeitura, a empresa e os funcionários, informou a assessoria.
A Carta
A carta não tem assinatura, mas explica, segundo os profissionais, que o município se encontra em um estado grave na saúde pública e desde 2017 a prefeitura vem submetendo os médicos da unidade hospitalar a atrasos sucessivos e consistentes nos repasses, referentes aos serviços prestados “ininterruptamente, 7 dias por semana, 24h por dia, no único hospital do município”.
“Todos os efeitos negativos que possam vir a sofrer a assistência médica no município se deve única e exclusivamente à má gestão municipal, que trata com descaso e desrespeito a classe médica, de enfermagem e consequentemente o povo itacoatiarense”, diz a carta.
De acordo com a carta, são 6 meses de atrasos fazendo com que o município perca diversos profissionais de qualidade, que “prestavam valorosos serviços à população, tendo reduzido o corpo clínico do hospital a menos da metade nos últimos dois 2 e 4 meses, período que em momento nenhum os pagamentos estiveram em dia”, continua a carta.
A unidade
Segundo o diretor do hospital José Mendes, médico Marlon Amaral, o hospital tem, aproximadamente, 530 profissionais atuando em diversas áreas, sendo 180 da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), mais de 200 pagos pela Prefeitura e o restante por uma empresa terceirizada.
“Recebemos em média mais de 260 pessoas por dia. São aproximadamente 8 a 9 médicos de plantão 24h por dia, além dois clínicos 24h na UPA. E para um padrão de hospital de interior, temos uma boa assistência médica e como houve esse diferencial no pagamento, é claro que os profissionais estão se sentindo insatisfeitos. Na reunião de segunda, a ideia é montar um cronograma junto à prefeitura para acertar o que há de pendência e efetuar o pagamento dos profissionais”, destacou.
Confira a carta na íntegra:
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