Manaus, 29 de março de 2024
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Manaus, 29 de março de 2024

Cidades

Medida do governo desperta a ira dos servidores públicos

Além das críticas, sindicatos querem explicações contundentes de Wilson Lima para o aumento da contribuição previdenciária nos contracheques

Medida do governo desperta a ira dos servidores públicos

Servidores efetivos do Estado do Amazonas têm realizado protestos contra o governo (Foto: Divulgação)

Em reação à medida do governo do Estado que conseguiu, com apoio da maioria dos deputados estaduais, aumentar a alíquota de 11% para 14% nos descontos mensais da Previdência estadual, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais do Amazonas (Sispeam), Riad Ballut, afirmou que vai cobrar, via ofício, que o governo forneça os 12 meses de folha de pagamento para que possam verificar a progressão da folha, comparar com a arrecadação estadual e verificar o limite prudencial do Estado em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Ele afirmou que os servidores estão revoltados com a medida e repudiam o governo pela decisão. “É lamentável o que o atual governo vem fazendo, não só para os servidores, mas para o Estado do Amazonas. A decisão é por que o Estado está no limite prudencial, mas o governador quer promover dois mil policiais, que nomear quatro mil professores, quer ficar responsável pela folha de pagamento dos funcionários terceirizados do Estado. Não dá para entender”, questionou o líder sindical.

‘Afronta’

O presidente da Associação dos Praças do Amazonas (Apeam), Gerson Feitosa, disse estar surpreso com a aprovação desta matéria por parte dos deputados, pois é uma “decisão que afronta os servidores públicos”.

“Estamos estarrecidos. Um processo dessa magnitude, com a importância que tem a questão previdenciária para os servidores do Estado, ser votado da forma que foi, além de ser uma tremenda irresponsabilidade. É mais um ataque e afronta aos servidores públicos, tendo em vista que nós perdemos mais 3% do nosso salário”, criticou.

Para o sindicalista, além de o governo congelar reajustes e reposições salariais, pagar os salários de dezembro somente em janeiro de 2020, deixando os servidores passar Natal e Ano Novo “sem dinheiro”, agora vai retirar 3% dos salários. “É mais uma ‘porrada’ ao servidor que vai passar a ganhar 3% a menos”, lamentou.

‘Ditador e despreparado’

Revoltados com a medida, o Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom/Sindical) emitiu nota de repúdio nesta quarta-feira, 11, à proposta de lei aprovada pelos deputados. Na nota, a categoria chama o governador Wilson Lima (PSC) de “ditador, tirânico, arbitrário, opressor, traidor, estúpido, prepotente e despreparado” para gerir a máquina pública. 

Também criticaram os deputados estaduais que, na avaliação do sindicato “fazem o que o mestre mandar”. O sindicato finaliza afirmando que a categoria da Educação está tomada por um sentimento de angústia, revolta e indignação e chamou o governo de mentiroso por não cumprir compromissos de campanha. “Não serve para o Estado do Amazonas”, conclui.

‘Autoritário’ 

O presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), Dr. Mário Vianna, também declarou o descontentamento da categoria com a medida aprovada.

“O sindicato dos médicos se posicionam totalmente contra essa medida, ele (Wilson Lima) está  absurdamente autoritário nos dias de hoje, se diz democrático mas não parece. Essas perdas não serão repostas  e esse é o presente que estamos recebendo no final do ano. Entendemos que o governador veio para prejudicar o povo do Amazonas, eu esperava que ele faria uma gestão em prol da sociedade, mas não ta sendo.”

Novo ataque

Também em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), classificou a medida de “novo ataque” aos servidores públicos e, que, na prática, isso significa redução salarial.

Segundo o Sinteam, os ataques não são apenas do governo estadual, mas também do federal, que incita os Estados a acompanharem a medida, “sendo que o Amazonas não possui os mesmos déficits da Previdência”.

O projeto de lei nº 17/2019, oriundo de mensagem de governamental foi aprovado em regime de urgência nesta terça-feira, 10, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e sancionado nesta quarta, 11, pelo governador em exercício, desembargador Yêdo Simões, presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).