Manaus, 24 de abril de 2024
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Manaus, 24 de abril de 2024

Cidades

Operação da PF contra PCC cumpre mandados de prisão no Amazonas

A ação da Polícia Federal cumpre 600 mandados entre prisão preventiva e de busca e apreensão. Além disso, a Justiça bloqueou até R$ 252 milhões de investigados em 19 estados

Operação da PF contra PCC cumpre mandados de prisão no Amazonas

Foto: Márcio Silva - Portal Amazonas1

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta segunda-feira (31), uma megaoperação para investigar crimes de tráfico de drogas e  lavagem de dinheiro praticados pelo Primeiro Comando da Capital, o PCC.

Batizada de Operação Caixa Forte 2, a ofensiva busca cumprir 623 ordens judiciais – 422 mandados de prisão preventiva e 201 de busca e apreensão em 19 estados do País, incluindo o Amazonas.

As ordens foram expedidas pela 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte que determinou, ainda, o bloqueio de até R$ 252 milhões dos investigados.

CV e PCC

Na última semana, o Portal AM1 mostrou que a facção criminosa Comando Vermelho (CV) já possui um exército de 30 mil faccionados com braços no Acre e no Amazonas, conforme relatório de inteligência do governo de Jair Bolsonaro.

Leia mais: Comando Vermelho tem 30 mil ‘soldados’ com braços no Acre e Amazonas

Segundo a publicação do relatório, enquanto o CV tenta o controle total do bairro Compensa, em Manaus, com resistência forte dos fiéis do narcotraficante “Zé Roberto da Compensa”, preso em um sistema de segurança máxima, o Primeiro Comando da Capital (PCC), com base em São Paulo também comprou a briga.

Operação

A PF informou que a ação envolve cerca de 1.100 agentes, sendo realizada por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado – grupo coordenado pela PF com participação da Polícia Civil de Minas, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional. A ofensiva é aberta no dia do “aniversário” da facção que foi fundada em 1993.

As unidades federativas onde são realizadas as atividades da Caixa Forte 2 são: Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Segundo a Polícia Federal, parte das ordens também são cumpridas no Chile. Dos alvos de prisão, 172 já estão custodiados em 31 estabelecimentos prisionais em 14 estados.

Segundo a corporação, a ofensiva tem como base dados obtidos na primeira fase da Caixa Forte, que identificou os responsáveis pelo chamado “Setor do Progresso” da facção, dedicado à lavagem de dinheiro proveniente do tráfico. A PF apontou que tais informações revelaram que os valores obtidos com o tráfico eram, em parte, canalizados para inúmeras outras contas bancárias da facção, inclusive para as contas do “Setor da Ajuda” – responsável por recompensar membros da facção recolhidos em presídios.

A Polícia Federal diz ter identificado 210 integrantes do alto escalão da facção, recolhidos em presídios federais, que recebiam valores mensais por terem ocupado cargos de relevo na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes como, por exemplo, execuções de servidores públicos.

Para garantir o recebimento do “auxílio”, os integrantes do grupo indicavam contas de terceiros não pertencentes à facção para que os valores, oriundos de atividades criminosas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de justiça criminal, informou a corporação.

De acordo com a PF, a ofensiva desta manhã visa desarticular a organização criminosa por meio de sua descapitalização, além da prisão de lideranças. Os presos são investigados pelos crimes de participação em organização criminosa, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, cujas penas combinadas podem chegar a 28 anos de prisão, informou a Polícia Federal.

(*) Com informações da Revista Exame