Após a maior crise sanitária da história, com milhares de infectados e mortos por conta do coronavírus, o nosso Amazonas entra agora numa profunda crise política.
Durante todo o período mais agudo da pandemia assistimos uma instabilidade institucional gerada por conflito entre os Poderes, em especial, entre o governador do estado, o presidente da Assembleia legislativa, membros do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público.
A despeito dos apelos pela unidade e coordenação necessária para proteger a vida dos amazonenses, prevaleceu o conflito, o acirramento de discensos e as vaidades individuais.
Todo esse ambiente político conturbado é agora agravado por uma operação da polícia federal que atingiu o governador e pessoas da sua equipe.
Em meio a tudo isso, uma só vítima: o povo do Amazonas.
Sofremos as consequências de uma pandemia administrada em meio a um conflito institucional e, agora, quando os efeitos da pandemia arrefecem e esperávamos a capacidade dos nossos governantes de reorganizar a retomada da nossa economia, para ao menos mitigar as consequências econômicas e sociais da crise, mais uma vez entramos em um tempo de incertezas e angústias.
Não é justo que empresários que seguraram seus negócios com todos os sacrifícios, que trabalhadores que viveram a dor do desemprego, que estudantes que experimentaram as incertezas do futuro ainda sejam vítimas da falta de capacidade de diálogo e até de responsabilidade de autoridades e governantes que não conseguem colocar de lado suas disputas e vaidades pessoais para fazer prevalecer o desejo de servir ao povo do Amazonas.
A Polícia Federal, o MPF e o Judiciário devem fazer seu trabalho e punir duramente qualquer um que tenha cometido desvio de recursos da Covid, mas o Estado não pode paralisar por isso.
Não vamos nos deixar derrotar por esses tempos de turbulências e incertezas. O povo do Amazonas seguirá lutando, e vencerá!
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