Por Gedeão Amorim*
No primeiro ano de mandato na Câmara Municipal de Manaus (CMM), conseguimos aprovar a nossa primeira legislação oriunda do Projeto de Lei 065/2017, que implanta o Ensino Direcionado nas escolas da Secretaria Municipal de Educação (Semed), na modalidade do estudo extraclasse.
Nos moldes do ensino japonês – a exemplo da franquia Kumon – o ensino tem como propósito disciplinar a forma de aprendizagem do aluno com um estudo autônomo. Considero este um método revolucionário para as escolas públicas, porque pode mudar o sistema de educação, gerando alunos autodidatas e uma sociedade integrada à leitura e à busca individual pelo conhecimento.
Nessa nova legislação, o Estudo Direcionado está fundamentado no princípio didático de que o professor não ensina e, sim, é o agilizador da aprendizagem, ajudando o aluno a apreender o conhecimento. De uma forma especial é uma técnica que põe em evidência o modo como o aluno aprende, mas potencializa a capacidade dele chegar sozinho às respostas. Esse método contribui para que o aluno se desafie cada vez mais e busque sempre ultrapassar suas próprias metas.
É importante destacar que o método de ensino autoritário precisa ser abolido. O professor deve se tornar um orientador, observando os principais potenciais de cada aluno e estimulando-os. O que queremos com esta nova prática de ensino é fazer o aluno perceber a capacidade de aprender por si, só, lendo, pensando, resolvendo seu material com suas próprias forças e avançando por meio do estudo autônomo.
Diretrizes
A prática de Estudo Direcionado é marcada por diversos aspectos como a superação das desigualdades educacionais; melhoria da qualidade social da educação; promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do Município e valorização dos profissionais da educação.
Quanto à contratação de profissionais especializados para ministrar as aulas, o projeto de lei sugere que os próprios professores passem por um curso de aperfeiçoamento nessa nova técnica, que servirá de grande enriquecimento curricular e melhorará a aprendizagem de seus alunos.
Quando fui titular da Secretaria de Estado de Educação (Seduc – 2005 a 2012), sempre busquei implantar ferramentas de estudos diferenciadas e modernas nas salas de aula, recebendo elogios de alguns e críticas de outros, mas sempre colhendo ótimos resultados.
O Ensino Direcionado é uma prática inovadora que poderá, no início, ter resistências de educadores e estudantes, porque muda a rotina escolar das unidades de ensino, mas tenho certeza que formará homens e mulheres conscientes de sua realidade e, principalmente, sabedores de sua responsabilidades como cidadãos.
(*) Gedeão Amorim é vereador de Manaus. É filósofo, pós-graduado em Administração em Políticas e Gestão Institucional. Foi secretário de Educação do Estado, Superintendente da Funasa e Diretor do Hospital Francisca Mendes.
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