Manaus, 24 de abril de 2024
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Brasil

Candidatos fazem prova do Enem com duas máscaras e planejam não comer

Uma candidata entrou na sala de prova, mas desistiu ao constatar que o local tinha mais de 30 inscritos e poucas janelas

Candidatos fazem prova do Enem com duas máscaras e planejam não comer

Antes de entrar para a sala de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste domingo (17), Amanda Reis, 17, comeu um chocolate e se preparava para passar as próximas cinco horas sem comer mais nada.

Com medo de se infectar, a estudante decidiu não se alimentar para não tirar a máscara. “Não sei como a sala vai estar, se vai estar cheia ou não. Acho melhor evitar o risco”, disse a jovem que quer uma vaga em Direito.

Apesar de o Inep, órgão responsável pela prova, ter anunciado que adotou medidas de segurança para evitar aglomerações, em frente à Unip Paraíso, na zona sul de São Paulo, os candidatos se concentraram por mais de uma hora.

Ambulantes, pais de alunos e professores de cursinho se misturavam aos candidatos, formando uma aglomeração. Nenhum funcionário da organização da prova deu orientações ou pediu para que as pessoas não ficassem reunidas e paradas em frente aos portões.

Uma candidata entrou na sala de prova, mas desistiu ao constatar que o local tinha mais de 30 inscritos e poucas janelas. Os pais, que a esperavam do lado de fora, disseram ter acertado com a filha que ela não faria o exame se não se sentisse segura. A família não quis ser identificada.

Usando duas máscaras, Rafaela Mendes, 17 anos, também disse que entraria na sala, mas cogitava sair do local se estivesse muito cheio.

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“Estudei muito pouco esse ano porque o ensino remoto é muito difícil. Tenho pouca chance de passar, por isso, não vale arriscar.”

Igor Borges, 17 anos, mora com a avó de 68 anos. Ele não queria fazer a prova por medo de infectá-la, mas foi ao Enem por incentivo da própria avó. “Ela disse que eu mereço a chance de entrar em uma faculdade, disse que eu devia tentar. Estou com medo, mas vim porque ela pediu.”

Ele terminou o ensino médio no ano passado, mas conta que não conseguiu acompanhar as aulas remotas porque teve de começar a trabalhar no segundo semestre, quando a família teve a renda reduzida. “Precisava ajudar em casa e fui trabalhar em um pet shop. Quase não estudei porque não sobrava tempo”, disse.

*Com informações Folhapress