Manaus, 16 de abril de 2024
×
Manaus, 16 de abril de 2024

Brasil

Governo oficializa exoneração de Bebianno, que será substituído por general

A demissão ocorre após uma crise ao longo de toda a última semana. O ex-ministro foi chamado de mentiroso pelo vereador Carlos Bolsonaro, na última quarta-feira.

Governo oficializa exoneração de Bebianno, que será substituído por general

BRASÍLIA —  O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, confirmou nesta segunda-feira a demissão do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno . Em um pronunciamento à imprensa, o porta-voz leu uma nota na qual comunicou oficialmente queBolsonaro decidiu pela exoneração de Bebianno. Perguntado sobre a razão da demissão, o porta-voz explicou que foi uma questão de “foro íntimo”  do presidente. O general Floriano Peixoto Vieira Neto assumirá o cargo . Ele será o oitavo militar no primeiro escalão do governo.

Foto: Bruno Abbud / Agência O Globo

Em nome do presidente Jair Bolsonaro, Rêgo Barros agradeceu ao ministro Bebianno:
— O presidente agradece sua dedicação à frente da pasta e deseja sucesso na nova caminhada — afirmou o porta-voz.

A demissão ocorre após uma crise ao longo de toda a última semana. O ex-ministro foi chamado de mentiroso pelo vereador Carlos Bolsonaro, na última quarta-feira. No Twitter, o filho mais próximo do presidente disse que Bebianno mentiu ao falar ao GLOBO que havia conversado três vezes com o presidente no dia anterior. A declaração foi dada para negar que ele estava protagonizando a crise. Na ocasião, Bebianno disse que só havia tratado de assuntos institucionais e não sobre uma possível instabilidade no governo.

Carlos chegou a compartilhar um áudio do presidente para Bebianno como forma de comprovar que não o houve uma conversa entre os dois. As mensagens foram posteriormente compartilhadas pelo próprio Bolsonaro.

O processo de desgaste de Bebianno começou com denúncias envolvendo supostas irregularidades na sua gestão à frente do caixa eleitoral do PSL, partido dele e de Bolsonaro, publicadas na “Folha de S. Paulo”. Bolsonaro e os filhos, no entanto, acusam o ex-coordenador da campanha de vazar informações para a imprensa.

A “fritura” do ministro ocorria desde a transição, quando o presidente esvaziou a Secretaria-Geral da Presidência para tirar poderes do desafeto do filho. Durante todo o período de mudança de governo, Bebianno evitou declarações à imprensa e se cercou de militares em seu gabinete como modo de se blindar no Planalto.

Bebianno nega as acusações e promete, fora do poder, comprovar com textos e áudios que não mentiu e que não é responsável pelos casos de candidaturas laranjas nos estados. Ele também está disposto a rebater os ataques de Carlos Bolsonaro.

Na semana passada, políticos e militares atuaram para tentar debelar a crise e evitar a demissão. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, chegou a ligar para o ministro da Economia, Paulo Guedes, para dizer que a demissão poderia atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência.

Com informações da Agência OGLOBO, leia mais.