Manaus, 25 de abril de 2024
×
Manaus, 25 de abril de 2024

Economia

Empresários bolsonaristas defendem reforma com tributo

O Instituto Brasil 200 estima que mais pessoas irão pagar impostos, mas em valores menores, o que manteria a carga tributária no nível atual.

Empresários bolsonaristas defendem reforma com tributo

(Foto: Divulgação)

A proposta de criação de um imposto único sobre movimentações financeiras foi apresentada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasil 200, que reúne empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Ao defender a instituição de um tributo semelhante à CPMF, os empresários citam até um artigo da petista Maria da Conceição Tavares, ex-deputada federal, para a Folha de S.Paulo.

O documento Manifesto da Sociedade Empreendedora pelo Imposto Único sobre movimentação financeira, propõe “uma alíquota de 2,81% para quem paga e também para quem recebe”. A proposta foi antecipada pela Folha de S.Paulo.

Em caso de saques, o percentual seria dobrado, para tributar as compras em dinheiro.

O Instituto Brasil 200 estima que mais pessoas irão pagar impostos, mas em valores menores, o que manteria a carga tributária no nível atual.

Pela proposta, está prevista a extinção dos seguintes tributos federais: IRPF, IRPJ/CSLL, IPI, IOF, Cofins e contribuições previdenciárias sobre a folha, entre outros.

O imposto único também substitui três tributos estaduais (ICMS, IPVA e ITCD) e três municipais (ISS, IPTU e ITBI).

No manifesto, o instituto defende a progressividade dos tributos sobre movimentações financeiras, citando a CPMF como exemplo.

“Autores concluem que a CPMF é o imposto mais harmonioso do sistema tributário brasileiro”, diz o manifesto citando estudos sobre o tema. “Pode-se concluir que a tese da regressividade da CPMF tem pés de barro.”

Entre os autores citados está a ex-deputada petista Maria da Conceição Tavares. “Segundo ela, é falso o argumento de que o imposto pune basicamente os mais pobres”.

No lançamento do documento, no entanto, o presidente do Instituto Brasil 200, Gabriel Kanner, citou a alíquota de 2,5% como sugestão, caso não seja possível unificar todos os tributos pretendidos.

Ele também criticou as propostas que tramitam no Congresso e que preveem a substituição de alguns dos tributos atuais por um IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Kanner afirmou que o tributo único, ao contrário do IVA, seria “insonegável”.

“No mínimo 30% da economia está na ilegalidade. O IVA não alarga a base tributária, continua onerando quem produz e quem paga impostos. Vai continuar tendo sonegação, e as novas empresas de tecnologia não vão ser tributadas”, afirmou. “A proposta do IVA é boa para o sistema atual, mas podemos ser mais ousados.”

“Como vai tributar o Uber, o Netflix? Essas empresas não pagam impostos hoje. A maior plataforma de varejo é o Mercado Livre, e não tem nenhuma tributação nesse modelo de negócios.”

Ele afirmou que um senador está disposto a subscrever a proposta do instituto. Disse ainda que diversos países já implementaram impostos sobre movimentações financeiras, citando a Argentina e a Hungria.

Também colocou na mesma lista o tributo francês sobre empresas de grande tecnologia criado na semana passada.

A criação de um tributo sobre movimentações financeiras é uma das ideias que podem compor a proposta de reforma tributária do Ministério da Economia, que deve ser apresentada na próxima semana.

Com isso, o governo federal deverá se contrapor às duas propostas que já tramitam no Congresso.
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou em maio o texto do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que está agora em uma comissão especial que irá analisar o tema.

Secretários estaduais de Fazenda já apresentaram sugestões para alterar essa proposta.

Veja também

Benefício menor exigirá planejamento financeiro de famílias

Medida Provisória do governo Bolsonaro ataca direitos do trabalhador

Sine Manaus oferece 34 vagas de emprego nesta quarta-feira

O presidente do PSL, Luciano Bivar, apresentou nesta segunda-feira (15) proposta para criar o IUF (Imposto Único Federal) sobre movimentações financeiras, praticamente nos mesmos moldes do Brasil 200.

No Senado, tramita uma proposta nos termos do texto do ex-deputado Luiz Carlos Hauly, apresentado em 2004.

 

(*) Com informações da Folhapress