Manaus, 25 de abril de 2024
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Economia

IBGE: 6,5% da população brasileira vive com menos de R$ 151 por mês

Levantamento do referido instituto mostrou que pobreza extrema afeta 13,7 milhões de pessoas em todo o País

IBGE: 6,5% da população brasileira vive com menos de R$ 151 por mês

Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil

O Brasil tinha 13,7 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza extrema em 2019. Apesar de o percentual de pessoas nessa condição ter caído em relação a 2018, em termos absolutos, o número se mantém estável na comparação com anos anteriores.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em sua Síntese dos Indicadores Sociais, o contingente representa 6,5% da população brasileira vivendo com menos de US$ 1,90 por dia (R$ 151 por mês, segundo a cotação e a metodologia utilizadas na pesquisa).

O número indica um aumento de dois pontos percentuais na comparação com 2014, quando a série atingiu seu menor indicador, de 4,5%. Porém, o índice passou a crescer em 2015 e apresenta estabilidade desde 2017, quando chegou a 6,4%.

De acordo com o IBGE, entre os 43 países desse grupo com informação disponível Brna base de dados do Banco Mundial, o Brasil apresenta a 21ª taxa de pobreza mais elevada, em condições piores que países como Paraguai, Tailândia, Romênia, República Dominicana, Panamá, Argentina, Costa Rica e Irã.

Regiões

Na comparação por regiões, os dados mostram pequenas oscilações na comparação com o ano anterior. Nos estados do Norte do país, o percentual de pobres teve oscilação positiva, de 41,3% para 41,6%. Já nas demais regiões brasileiras, houve queda: o Nordeste foi de 43,6%para 42,9%, o Sudeste de 16,3% para 15,8%, o Sul de 12,1% para 11,3% e o Centro-Oeste de 16,4% para 15,3%.

Já na análise de extrema pobreza, o Norte também registrou aumento (de 11% a 11,4%) entre 2018 e 2019, assim como Nordeste (de 13,6% para 13,7%) e Sul (de 2,1% a 2,2%). Sudeste (de 3,2% para 3,1%) e Centro-Oeste (de 2,9% para 27%), por outro lado, tiveram queda.

A pesquisa destacou que a distribuição da população pobre pelo território brasileiro difere bastante daquela observada para a totalidade da população em 2019. Enquanto o Nordeste respondia por 27,2% do total populacional do país, essa região tinha 56,8% das pessoas consideradas extremamente pobres pela linha de US$ 1,90 por dia.

O Sudeste, região brasileira mais populosa, respondia por entre 20% e 27% da população de pobres, a depender da linha adotada.

Entre os estados, o Maranhão tem 1 em cada 5 residentes na situação de indigência pela ótica estritamente monetária, seguido de Acre (16,1%), Alagoas (15,0%), Amazonas (14,4%) e Piauí (14,0%).

Pela linha de US$ 5,50 por dia, o Maranhão tem cerca de metade da população abaixo dessa faixa. Outras 12 unidades da federação ainda possuem incidência de pobreza superior a 40% da população.

Desagregação por cor ou raça

Na população total, 56,3% se declarou de cor preta ou parda em 2019, mas esses eram mais de 70% entre aqueles abaixo das linhas de pobreza utilizadas. Entre os que se declararam de cor ou raça branca, 3,4% eram extremamente pobres e 14,7% eram pobres.

No cruzamento das informações sobre sexo e cor ou raça das pessoas, foram as mulheres de cor ou raça preta ou parda que se destacaram entre os pobres: eram 28,7% da população, 39,8% dos extremamente pobres e 38,1% dos pobres.

O estudo ainda identificou que a pobreza é maior entre as crianças, tendência observada internacionalmente, segundo o IBGE. Entre aquelas até 14 anos de idade, 11,3% eram extremamente pobres e 41,7% pobres.

(*) Com informações da Folhapress