Manaus, 29 de março de 2024
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Esportes

Tragédia no Ninho do Urubu faz um ano sem denúncias e indenizações

Após 12 meses da tragédia, o Ministério Público não denunciou os possíveis responsáveis por ela.  Além disso, a maioria das indenizações está pendente

Tragédia no Ninho do Urubu faz um ano sem denúncias e indenizações

(Foto: Folha de S. Paulo)

Neste sábado, 8, o incêndio no centro de treinamento das categorias de base do Flamengo que matou dez adolescentes com idades de 14 a 16 anos completa um ano. 

Após 12 meses da tragédia, o Ministério Público não denunciou os possíveis responsáveis.  Além disso, a maioria das negociações entre clube e famílias por indenizações está pendente.

Até o momento, ninguém foi responsabilizado judicialmente. Um inquérito realizado pela Polícia Civil indiciou o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello, três funcionários do clube, outros três da NHJ, empresa responsável pela fabricação dos contêineres, e um técnico em refrigeração.

Por duas vezes, o Ministério Público devolveu o inquérito à polícia para esclarecimentos e busca por mais provas. A última vez que isso ocorreu foi em dezembro do ano passado. O inquérito apura indícios de dez homicídios com dolo eventual (quando não há intenção, mas se assume o risco de matar).

A Justiça determinou em dezembro que o clube pague R$ 10 mil de indenização por mês a cada uma das dez famílias de vítimas. O Flamengo considera o valor excessivo e entrou com recurso para anular a decisão, mas tem depositado a quantia. Antes disso, pagava R$ 5 mil mensais, o que considerava um gesto de boa vontade. O clube afirma ter oferecido também apoio psicológico às famílias.

A única ação até o momento é a de Rosana Viana, mãe de Rykelmo, que pede a anulação do acordo feito pelo pai, além de R$ 6,9 milhões entre indenização e pensão. Mas os advogados das famílias de duas vítimas (Jorge Eduardo e Christian Esmério) afirmam estarem com os processos prontos para serem protocolados nos próximos dias. 

Até o momento, o Flamengo fechou acordo com três famílias (as de Athila Paixão, Gedson Santos e Vitor Isaías) e com José Lopes Viana, pai de Rykelmo de Souza Viana. Os valores de indenização estão sob sigilo, e há previsão no contrato de multa de até R$ 500 mil em caso de quebra de confidencialidade.

As famílias de mais seis vítimas aguardavam um acordo com o Flamengo, mas dizem que os contatos do clube cessaram no segundo semestre do ano passado e que não têm sido procuradas. Advogados delas afirmam que podem entrar com processos de indenização. Segundo o Poder Público municipal, todas as multas foram quitadas pelo clube.

 

(*) Com informações da Folhapress