Manaus, 24 de abril de 2024
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Manaus, 24 de abril de 2024

Cidades

Moradores de casas parcialmente destruídas reclamam do abandono do poder público

Incêndio que arrasou dezenas de casas e desabrigou centenas de famílias no bairro Educandos vai completar um ano, em dezembro

Moradores de casas parcialmente destruídas reclamam do abandono do poder público

Incêndio no bairro Educandos abriu uma cratera interna na região (Foto: Márcio Silva)

Moradores do bairro Educandos, zona Sul de Manaus, que tiveram suas casas atingidas parcialmente pelo incêndio em dezembro de 2018, denunciam abandono e falta de apoio do poder público. Segundo eles, nos primeiros meses deste ano, a Prefeitura de Manaus cedeu um aluguel social, mas muitos tiveram o benefício cortado e não houve um ressarcimento dos danos causados.

Uma dessas histórias é a do casal Ana Anete, 51, e Ozanes José, que teve parte da casa atingida pelo fogo. Aos 61 anos de idade e, vítima duas vezes de AVC (Acidente Vascular Cerebral), Ozanes e a família viviam do auxílio-doença e do aluguel de alguns quartos da casa destruída, mas após o incêndio, a renda da família foi atingida.

De acordo com dona Anete, a família esgotou o prazo num abrigo, depois foi beneficiada pelo aluguel social, no entanto,  como não conseguiu se manter, preferiu voltar para casa destruída pelo fogo.

 

Há quase um ano após o incêndio, Ozanes e a esposa Ana Anete, tentam reconstruir a vida (Foto: Márcio Silva)

 

“Recebemos até o mês de  junho, depois disso fui procurar meus direitos na Defesa Civil. Como a gente já tinha retornado para casa, eles disseram que já tínhamos perdido o nosso direito. Com isso perdi renda, perdi auxílio, perdi tudo! Começamos a reconstruir o que foi destruído por conta própria, meu marido, mesmo doente, teve que trabalhar na reconstrução de um quarto”, contou.

 

Todos os cômodos da parte superior da casa foram destruídos pelo fogo (Foto: Márcio Silva)

A dona de casa Eliette Leal, de 49 anos, também teve parte da casa atingida pelo fogo, por isso passou um tempo junto com a família num abrigo e recebia o benefício, mas perdeu o direito após retornar para casa. 

Eliete e o marido reclamam dos prejuízos na residência

“O incêndio queimou móveis, as telhas, canos e portas da minha casa. Hoje não tem segurança nenhuma aqui. Até hoje a minha casa está queimada aí atrás porque eu não tive condições de ajeitar, tenho uma criança e tenho que comprar as coisas pra minha casa”, disse.

Os moradores relatam que estão reconstruindo suas casas por conta própria e, mesmo apresentando fotos que comprovam os danos aos imóveis, não tiveram nenhuma resposta positiva da Defensoria do Estado, nem da Defesa Civil. Além disso,  muitos tiveram móveis roubados, o que só agravou a situação de quem, há quase um ano, tenta reconstruir a vida.