Manaus, 29 de março de 2024
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Manaus, 29 de março de 2024

Cidades

Mães denunciam perseguições de oficiais de colégios da PM

Um gestor, segundo uma mãe, chegou a insinuar o uso da arma de fogo contra um aluno para que o mesmo o obedecesse.

Mães denunciam perseguições de oficiais de colégios da PM

(Carlos Bolívar/Amazonas1)

Durante audiência pública na sede da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta sexta-feira, 27, sobre as denúncias que envolvem os colégios da Polícia Militar do Estado, mães relataram uma espécie de perseguição que elas e os filhos vêm sofrendo por parte de oficiais da PM que atuam nessas escolas, e que um gestor chegou a insinuar o uso da arma de fogo contra um aluno para que o mesmo o obedecesse.

Em relato à imprensa, duas mães que não quiserem se identificar com medo de represálias, alegaram que algumas dessas retaliações partem, principalmente, do comandante de uma das unidades do Colégio Militar de Polícia Militar (CMPM).

(Carlos Bolívar/Amazonas1)

Segundo uma mãe de um adolescente de 12 anos, que estuda no CMPM, uma das motivações dessas perseguições são em consequência do apoio com a atual gestão da Associação de Pais, Mestres e Comunitários (APMC). “O gestor já chegou a humilhar o meu filho, a gritar com ele colocando a mão na arma. Ele é o único gestor que anda armado dentro da escola. E disse que se o sargento não desse cinco dias de suspensão ao meu filho, ele daria voz de prisão para esse sargento e que não queria ver a cara do meu filho na outra semana. Meu filho ficou doente, com medo”, diz.

“Quase todos os dias eu era chamada na escola, porque eles o tiravam de propósito de dentro da sala de aula e deixavam ele na sala do corpo de alunos, fazendo com que ele perdesse um dia de aula e os conteúdos ensinados pelos professores. Ele tem 76 faltas, mesmo indo todos os dias para as aulas”.

A mãe explica, ainda, que ao buscar o filho na escola, o sargento sempre a confrontava para falar mal do jovem. “Ele não falava alto comigo porque eu não permitia, mas ele sempre queria falar mal do meu filho e eu não deixava. O motivo é porque ele é um dos depoentes contra a presidente da APMC”, relata.

A audiência teve a presença de representantes de colégios da Polícia Militar do AM, do comando da PM, da Associação de Pais, Mestres e Comunitários (APMC), da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e de mães de alunos.

Deputado Fausto Jr. (Carlos Bolívar/Amazonas1)

Na semana passada, o deputado estadual Fausto Jr. expôs as denúncias de vários estudantes, professores e pais de alunos sobre casos de assédio e violência cometidos por diretores e gestores dos CMPM.

Na mesma denúncia, o deputado cobrou providências da Seduc e do Comando-Geral da Polícia Militar para investigação dos casos de assédio e agressões, bem como a punição dos policiais militares envolvidos.