Manaus, 19 de abril de 2024
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Manchete

Números de suicídios no AM são divulgados em Tribuna Popular na CMM

Números de suicídios no AM são divulgados em Tribuna Popular na CMM

(Foto: Tiago Corrêa/CMM)

Durante a tribuna, que teve a presença das psicólogas do Núcleo de Apoio à Vida. (Foto: Tiago Corrêa/CMM)

A capital amazonense ocupa o 8º lugar em casos de suicídio entre as capitais do Brasil, segundo a Associação Amazonense de Psiquiatria. Os dados tendem a crescer, principalmente entre os jovens, grupo crescente de depressão, ansiedade e síndrome do pânico latente, conforme os números do Centro de Valorização da Vida (CVV), divulgados durante a Tribuna Popular, realizada na Câmara Municipal de Manaus (CMM), por iniciativa do vereador Bessa (PHS), na manhã desta quarta-feira (23).

Durante a tribuna, que teve a presença das psicólogas do Núcleo de Apoio à Vida, instituição filantrópica ligada ao CVV, Nadja Varela, Luziane Vitoriano e da secretária estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Graça Prola, os dados apontam que menos 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos, desde que existam condições mínimas para oferta de ajuda voluntária ou profissional.

“Essa assistência precisa apenas de um local, como uma simples sala, internet e cadeiras para reduzir o índice de suicídios na capital amazonense, que é a nona entre as capitais brasileiras em número de casos”, destacou Luziane Vitoriano, ao observar ainda, que um grupo de voluntários do CVV está interessado em trazer para Manaus um posto do Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade que atua nesse sentido há mais de 50 anos com trabalho voluntariado.

Durante discurso, Bessa destacou que o Centro de Valorização contribui, mesmo com dificuldade, no combate aos suicídios. “Essa tribuna requer chamar a atenção do poder público para salvar vidas em nossa cidade”, frisou o autor da tribuna.

Nadja Varela explicou que o grande objetivo do núcleo e trazer o posto físico para Manaus, visto que, a cidade apresentou um índice alarmante de suicídios, com 37 óbitos, nos messes de janeiro a agosto deste ano. “Vejo o CVV como fórmula de valorizar a vida, pois estamos na era da desvalorização do ser humano. As redes sociais estão aí, mais para desmoralizar as pessoas do que para ajudar. Precisamos trabalhar com campanhas de valorização de quebra de tabus, sobre como não esquematizar o sofrimento alheio. A depressão é um mau do século”, alertou a psicóloga.

Números

Segundo a pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), são 32 suicídios por dia no Brasil e 17% dos brasileiros já pensaram em cometer suicídios no decorrer de suas vidas. Os suicídios é a segunda causa de morte entre os jovens entre 15 a 29 anos. Em 2014, o suicídio matou mais que o vírus da AIDS e as guerras.

Para Graça Prola, a discussão do tema é prioritária nos dias de hoje. “O mapa da violência de 2017  do Ministério da Saúde, aponta que os estados do Norte e Centro Oeste do Brasil a taxa de suicídio é maior entre os jovens e especialistas dizem que os indígenas são os mais que registram os casos”, revelou Prola.

Apoio

Na oportunidade os vereadores Professor Fransuá (PV), Raulzinho (DEM), Gedeão Amorim (PMDB), Professora Jacqueline (PHS), Plínio Valério (PSDB), Professor Samuel (PHS), Coronel Gilvandro (PTC) e Rosivaldo Cordovil (PODE) manifestaram apoio à causa.

“Precisamos trabalhar essa questão, principalmente dentro das escolas. As cobranças, às vezes, estimulam os jovens entrar em depressão e chegar ao suicídio. A família deve estar mais atenta para minimizar os problemas e trabalhar juntamente com a escola”, disse Jacqueline.

Na opinião de Plínio Valério, o tema sobre suicídio deve estar entre os temas transversais nas escolas. “Os centros sociais também devem servir de espaços. Podemos arrumar esses espaços para aproveitar a boa vontade e disposição do CVV e depois poderemos destinar emendas para compra de equipamentos”, frisou Valério.

“Acredito que esse tema transversal precisa ser tratado na escola, porque se um jovem estiver bem edificado vamos evitar essas mortes. Os índices são alarmantes e estão acima da média, estamos nos acostumando com as coisas erradas no Brasil. Sei que Educação e Segurança são temas que precisam ser tratados com mais atenção. Por isso, me coloco a disposição do CVV e ser solidário, temos emendas parlamentares que podemos destinar parte delas à entidade”, acrescentou Gilvandro Mota.

 

Fonte: CMM