Manaus, 16 de abril de 2024
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Manaus, 16 de abril de 2024

Cidades

Palafitas ameaçam desabar no Educandos; moradores pedem ajuda

As casas de palafitas ficam em um beco na rua Inocêncio de Araújo e algumas chegam a ter 7 metros de altura

Palafitas ameaçam desabar no Educandos; moradores pedem ajuda

Foto: Márcio Silva - Portal Amazonas1

Moradores do bairro de Educandos, na zona Sul de Manaus, denunciaram nesta sexta-feira (04) o risco de desabamento de algumas casas de palafitas que estão, a pelo menos, 7 metros em relação ao chão.

As casas ficam em um beco na rua Inocêncio de Araújo. Segundo os moradores, a Defesa Civil já foi acionada, porém, até o momento, a situação não foi resolvida. Uma das casas que está em situação de risco é a do aposentado Cristovam Fidelis, 71.

“Eu queria que a Defesa Civil tomasse providência, porque a casa do vizinho já encostou na minha e se a minha for, aí a do outro vizinho também vai, aí o cara não vai querer responder porque eu acho que não tá interessado em endireitar a casa dele”, contou Fidelis, que há 20 anos mora no local.

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Outra palafita que apresenta risco de ceder é a da dona de casa Ivonete Lira, 50. Ela morava na parte de baixo da casa – que possui 2 andares – mas saiu com medo do desabamento e atualmente está morando de favor na casa de um vizinho, no entanto, o cunhado dela, que não tem para onde ir, ainda está no local.

“Todos os anos é assim, quem fez isso aí é a água. A água que desmanchou tudo. Eu moro mais de 30 anos aqui. Passa prefeito, governo, só fazendo promessa. (…) Eu precisei sair da minha casa, tô  (sic)  morando de favor na casa de um vizinho ali. Eu ganho um benefício, mas o benefício não é nada, eu tenho três crianças”, relatou Ivonete.

Riscos são diversos

Não é apenas o desgaste das palafitas que causa medo aos moradores. No Educandos, as famílias convivem diariamente com diversos riscos, que mudam de acordo com o período do ano. Durante a vazante, o principal perigo é a altura das casas, que chegam a ficar suspensas a 7 metros de altura, já durante as enchente – entre os meses de abril e junho – os riscos estão nas águas.

“Quando dá enchente aqui é ruim. Às vezes, quando alaga aqui, a gente fica muito agoniado, principalmente com as crianças, a gente tem que ficar de olho nelas. Eu tive um filho de 3 anos, ele morreu das alturas que ele caiu aqui, mas quando o rio tava (sic)  seco”, contou a dona de casa Débora Bandeira, 41.

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Além desses perigos, a falta de saneamento básico na área é evidente. Sem uma rede de esgoto e a possibilidade coleta  de lixo, os resíduos se acumulam debaixo das palafitas – situação que colabora para que a capital amazonense continue entre as dez piores cidades em coleta de esgoto. De acordo com os dados do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento, apenas 12, 43% da população é beneficiada.

Os moradores reclamam, ainda, da falta de atenção do Poder Público e dizem que já receberam diversas promessas sobre a implantação de projetos como o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus, o Prosamim, .”O pessoal  vem aqui e só faz promessa. Vem deputado, mas nem o prefeito desce aqui”, desabafou Ivonete.

O que diz a Prefeitura de Manaus

A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil, da Casa Militar, informa que, todas as ocorrências no referido endereço, registradas pela Central de Emergência 199 foram devidamente vistoriadas pela equipe técnica de engenharia do órgão.

Conforme a avaliação, as residências identificadas com a necessidade de remoção, devido ao risco alto de desabamento foram visitadas pela Secretaria da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) e as famílias inseridas no programa de auxílio aluguel.