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Eleições EUA: Governo do estado da Geórgia diz que terá de recontar votos locais

No estado, Joe Biden aparecia à frente de Donald Trump por apenas 1.602 votos no fim da tarde desta sexta

Eleições EUA: Governo do estado da Geórgia diz que terá de recontar votos locais

A voter fills out a ballot on Election Day in Conshohocken, Pennsylvania, U.S., November 3, 2020. REUTERS/Rachel Wisniewski

O secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, afirmou, nesta sexta-feira (6), que será feita uma recontagem dos votos locais para a eleição presidencial dos Estados Unidos devido à margem estreita entre os candidatos.

No estado, Joe Biden aparecia à frente de Donald Trump por apenas 1.602 votos no fim da tarde desta sexta. Pela manhã do mesmo dia, o governo disse que faltava contar cerca de 4.000 cédulas, a maior parte delas de voto pelo correio.

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No entanto, o estado ainda espera receber votos vindos do exterior, como de militares. Essas cédulas serão incluídas na apuração desde que tenham sido postadas no correio até terça (3) e sejam recebidas até esta sexta, em horário comercial. O número de cédulas que ainda podem chegar não foi estimado.

Há também outro lote de votos que aguardam validação, como no caso de eleitores que não levaram os documentos certos no dia da eleição, registraram o voto de modo provisório e se comprometeram a voltar nos dias seguintes para resolver a pendência.

Trump manteve a liderança durante a maior parte da apuração na Geórgia, e chegou a declarar vitória no estado poucas horas após o fechamento das urnas na terça.

Durante esta quinta (5), entretanto, a diferença entre os candidatos foi diminuindo gradativamente, embora o republicano permanecesse com uma pequena vantagem.

A virada de Biden ocorreu conforme foram contabilizadas mais cédulas enviadas pelo correio, já nesta sexta.

A Geórgia, um estado tradicionalmente republicano, dá direito a 16 votos no colégio eleitoral. A última vez que os democratas levaram a Geórgia nas eleições presidenciais foi em 1992, quando o estado ajudou a eleger Bill Clinton.

Caso Biden vença ali, acumulará 269 do total de 538 delegados, ficando a apenas um delegado da vitória no Colégio Eleitoral e efetivamente impedindo que Trump alcance os 270 votos necessários para garantir a reeleição.

Ainda assim, em um cenário em que o republicano vença em todos os demais estados que seguem indefinidos -Arizona, Nevada, Pensilvânia, Carolina do Norte e Alasca-, Trump também alcançaria a marca de 269 delegados e empataria com Biden.

Se nenhum candidato obtém a maioria dos votos dos delegados no Colégio Eleitoral, quem decide o vencedor é a Câmara dos Representantes. Mas não pelo sistema “uma pessoa-um voto”. Cada estado tem um voto, decidido pela bancada estadual dos deputados.
Assim, a Califórnia, por exemplo, com cerca de 40 milhões de habitantes, tem direito a um voto, e Wyoming, com população de 590 mil, também.

Em discurso na noite de quinta, Trump mentiu e acusou autoridades eleitorais em estados governados pelos democratas de estarem fraudando as eleições, sem apresentar provas.

Na lógica do presidente e de seus apoiadores, um dos sinais de fraude é o fato de que a apuração preliminar chegou a sugerir sua vitória em diversos estados, até que os votos por correio começaram a ser contados.

Republicanos tendem a votar presencialmente, enquanto democratas recorrem ao correio. Não há nada de irregular ou de inesperado nessas mudanças em pontos percentuais -mas Trump diz que é um roubo.

O atual presidente fez uma campanha marcada por ataques à credibilidade do sistema eleitoral americano, e agora aciona a Justiça em diversos estados para tentar invalidar as cédulas enviadas por correspondência.

Na madrugada desta sexta, Trump voltou a usar as redes sociais para inflamar seu discurso de questionamento do pleito.
“Eu ganho facilmente a Presidência dos Estados Unidos com votos legais”, escreveu o presidente no Twitter, embora seu adversário continue na liderança no cenário nacional. “Não foi permitido aos observadores, de forma alguma, a realização de seu trabalho e, portanto, os votos aceitos neste período devem ser considerados votos ilegais. A Suprema Corte dos EUA deve decidir!”

À semelhança do que foi feito com outras publicações do presidente que questionam o processo de apuração, o Twitter rapidamente sinalizou a postagem com um alerta de que as informações nela contidas “são contestáveis e podem ter informações incorretas sobre como participar de uma eleição ou de outro processo cívico”.

 

 

(*) Com informações da Folhapress