Manaus, 24 de abril de 2024
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Cenário

Comissão do cadastro de reserva vê ‘falta de vontade política’ em nomeação de aprovados em concurso da Semed

Professores aprovados no concurso de 2018 cobram uma resposta do prefeito David Almeida, que até agora, não assinou a nomeação dos profissionais

Comissão do cadastro de reserva vê ‘falta de vontade política’ em nomeação de aprovados em concurso da Semed

Foto - Marcely Gomes / Semcom

Manaus, AM – Mesmo com mais de 1,7 mil professores no cadastro de reserva do concurso público da Secretaria Municipal de Educação (Semed), realizado em 2018, a pasta atualmente administrada por Pauderney Avelino pretende realizar um novo processo seletivo para contratar profissionais da área, ignorando os aprovados no certame anterior, que apenas aguardam a nomeação para assumir os cargos.

“Por conta da pandemia, o prazo de validade do concurso foi prorrogado até 23 janeiro de 2023. Com isso, teoricamente, a Semed pode fazer uma espécie de banho maria até que todos sejam nomeados. E essa demora na convocação, indica que falta uma vontade política e do prefeito, que parece está acima da vontade da população”, criticou o educador físico Diego Gomes, membro efetivo da comissão do cadastro de reserva.

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A tramitação do novo concurso público na Semed saiu em publicação no Diário Oficial do Município, no último dia 14, onde a secretaria de Pauderney constituiu uma comissão responsável pelo futuro Processo Seletivo Simplificado para contratar pedagogos e professores substitutos para as áreas de 1º ao 5º ano.

“Nós somos contra priorizar um processo seletivo, tendo em vista que existe um cadastro reserva com cerca de 1.722 professores aptos e aguardando serem convocados para tomarem posse das vagas. Nossa preocupação também é de que esses novos aprovados sejam realocados para os nossos cargos”, reclamou ao Portal Amazonas 1.

O concurso foi realizado ainda na gestão do ex-prefeito Arthur Neto (PSDB), em 2018, sendo destinado para o preenchimento imediato de 400 vagas e os aprovados que não foram nomeados ao longo dos anos ficaram no cadastro reserva. A preocupação dos professores é que o novo concurso da Semed, deixe a nomeação dos mais de 1,7 mil profissionais que não ocuparam os cargos, ainda mais esquecida.

Segundo Gomes, o próprio secretário Pauderney já reconheceu que a pasta da Educação tem uma grande demanda de, pelo menos, 2,5 mil vagas, o que permitiria chamar todos os profissionais do cadastro de reserva do último concurso público.

“Mas a Semed alega que as vagas precisam ser criadas para chamar os aprovados. E por conta disso, foi anunciado um Projeto de Lei assinado pelo prefeito David Almeida que seria encaminhado para a Câmara Municipal de Manaus em regime de urgência no mês de agosto, mas ate agora o texto não chegou aos vereadores”, contou o professor.

Lutando há anos pela nomeação e cansada de esperar por uma reunião com o atual prefeito para tratar sobre o caso, a comissão decidiu ir a Casa Civil na semana passada.

“Soubemos que o projeto estaria no local para análise de impacto financeiro e que agora, estaria pronto para ser encaminhado ao prefeito David Almeida para assinatura. Ou seja, só falta ele assinar”, explicou.

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Para cobrar celeridade na canetada do chefe do Executivo Municipal, o grupo esteve na frente da sede da Prefeitura de Manaus na manhã desta sexta-feira (22). Na ocasião, parte da Avenida Brasil, no bairro Compensa, zona Oeste de Manaus, foi fechada pelos educadores. Gomes comentou que após o protesto, os representantes da comissão foram recebidos no local.

“Conseguimos alinhar a participação do nosso grupo na reunião entre a Comissão de Educação da CMM com o prefeito, que deve ocorrer na próxima quarta-feira. Caso isso não ocorra, vamos realizar uma nova manifestação sim, desta vez na frente do Tribunal de Contas do Amazonas, porque precisamos de uma resposta”, adiantou.

Cobrança na CMM

Presente na manifestação do grupo de professores nesta sexta, o vereador Rodrigo Guedes, destacou que é direito dos profissionais lutar pela nomeação, já que o concurso é um meio legal e constitucional para assumir cargos públicos. “Não é favor, aqui é direito dessas pessoas, aqui é direito! Esses cargos estão sendo ocupados por pessoas chamadas por meio de processo seletivo, que não é um meio justo, o meio legal e constitucional é o concurso”, explicou.

Foto: Reprodução

O parlamentar ainda afirmou que tem se manifestado na Câmara Municipal de Manaus (CMM) e que vai continuar cobrando pela nomeação dos professores.

“Estarei cobrando na tribuna, se o prefeito não enviar esse projeto de lei para a CMM. No dia 11 de agosto, o prefeito anunciou que enviaria para a CMM o projeto de lei para que os professores fossem contratados. Já estamos chegando no mês de novembro e a PL ainda não chegou na CMM. Isso é um desrespeito!”, pontuou.

Sem resposta

A reportagem do Portal Amazonas 1 buscou a assessoria de comunicação da Semed para esclarecer sobre a demora na convocação dos aprovados no concurso público da pasta; previsão de chamada; justificativa para realizar processo seletivo e a tramitação do projeto de lei. Todavia, não houve retorno ate a publicação desta matéria; espaço segue aberto.

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