Manaus, 25 de abril de 2024
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Manaus, 25 de abril de 2024

Cenário

Eleição do novo presidente do Senado reforça luta pela ZFM, avalia Arthur

Segundo Arthur Neto, é chegado o momento de trabalhar a incorporação da biodiversidade no cotidiano da produção da Zona Franca de Manaus

Eleição do novo presidente do Senado reforça luta pela ZFM, avalia Arthur

Em seu novo artigo publicado no Facebook neste domingo, 3, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB/AM), além de parabenizar a vitória do senador Davi Alcolumbre (DEM/AP) – derrotando o senador alagoano Renan Calheiros (MDB) – para presidir o Senado durante os próximos dois anos, destaca a conquista do parlamentar como um momento de esperança para o País, bem como para a Zona Franca de Manaus e todos os amazonenses, já que o eleito vem da região Norte e deve conhecer a importância da Floresta Amazônica para o mundo. Arthur Neto também enfatiza a atuação dos senadores pelo Amazonas, Plínio Valério (PSDB) e Omar Aziz (PSD), na conturbada votação para a presidência do Senado ocorrida neste sábado, 2/2, condenando sequencialmente o comportamento do senador Eduardo Braga.

“A derrota do senador Calheiros para a presidência do Senado, foi saudável para o Brasil. Sinal de mudança. E a vitória do senador Davi Alcolumbre, do Amapá, além de representar esperança para o Brasil, representa reforço à luta por uma Zona Franca forte e renovada. Bem a propósito, circula nas redes vídeo do novo mandatário do Congresso, agradecendo o apoio dos senadores Plínio Valério e Omar Aziz e se declarando à disposição de uma luta que deve ser da Amazônia e de toda a nação. Nosso senador Eduardo Braga preferiu o papel de guarda pretoriana do senador Renan Calheiros”, pontua Arthur.

Para o ex-senador da República e atual prefeito de Manaus, em seu segundo mandato consecutivo, o que precisa ficar claro para Davi Alcolumbre é que a luta não deve ser apenas para manter os incentivos fiscais que têm sustentado a ZFM até o presente. É necessário também dotar o Amazonas de infraestrutura que possa contribuir no escoamento da produção do Polo Industrial de Manaus (PIM) – e por extensão da própria população do Amazonas, que geralmente se desloca do Estado para outros lugares apenas por via aérea. O investimento em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), também são outros fatores apontados por Arthur Neto para reforçar o modelo ZFM.

“É preciso reforma radical na sua infraestrutura, porque nossa internet e nossa telefonia celular atrapalham os negócios; estamos à beira de um caos portuário e houve quem caísse no “conto do “tombamento” do Encontro das Águas, para evitar a construção de um porto de verdade e funcional, que seria um dos pilares do projeto de reabilitação do Polo Industrial de Manaus; a BR-319 precisa sair do chove-não-molha, porque significará a entrada e saída de pessoas do Amazonas para o resto do Brasil e a consequente entrada de brasileiros e estrangeiros em Manaus e, além do mais, porque representará a abertura do Pacífico, via Peru, para os produtos do nosso polo industrial. Faltam treinamento de mão de obra e investimento maciço em capital intelectual; falta aplicação honesta e estratégica dos recursos do P&D (pesquisa e desenvolvimento) – hoje, essa aplicação se dá tipo “preciso aplicar esse dinheiro porque sou obrigado, então me dê o seu projeto que eu financio seja lá o que for”, o que explica os resultados pífios e a invisibilidade de avanços significativos”, observa.

Segundo Arthur, é chegado o momento de trabalhar a incorporação da biodiversidade no cotidiano da produção da ZFM, além da atração de novos polos que possam integrar a quarta Revolução Industrial, a partir da Zona Franca de Manaus.

“Está no tempo de se atrair novos polos, porque, por exemplo, o eletroeletrônico vai minguando e perdendo produtos, em função da convergência tecnológica com a informática. Quem é que ainda compra CDs e DVDs? Quem ainda armazena “seus filmes preferidos” numa prateleira? Tenho falado, a exemplo de novos polos que deveriam ser buscados por nós: os drones. Por quê não? Drones e muitos outros produtos que vêm sendo entregues ao mundo pela quarta revolução industrial”, destaca Arthur Neto.

Ainda em sua publicação, Arthur recorda que a Zona Franca de Manaus é a principal responsável pela floresta amazônica em pé – o equivalente a 97% – e que a destruição de tal modelo econômico seria infelizmente uma oportunidade para que a região fosse dominada pelo narcotráfico, uma vez que sem empregos dignos, as pessoas seriam empurradas à marginalidade.

“A Zona Franca é a principal fiadora da floresta amazônica amazonense (97%) em pé. Para destruí-la, não precisam nem violentar a Constituição e cortar incentivos; basta deixá-la como está, morrendo um pouco todo dia. E o Brasil pagaria o maior preço de todos em termos de desgaste diplomático e ameaças até de intervenção militar, sob a égide das Nações Unidas. Claro, porque desesperados avançariam sobre a floresta e o mundo não deixaria isso barato. Sem falar que o fim da Zona Franca ofereceria, de mão beijada, um exército de pessoas desesperançadas nas mãos do narcotráfico”, salienta o prefeito de Manaus em seu artigo.

A descentralização e a agilidade na aprovação dos Processos Produtivos Básicos (PPBs), que ocorrem em Brasília (DF), também é outro fator, que conforme Arthur Neto precisam ser reavaliados. Para ele, a aprovação dos PPBs pode perfeitamente ocorrer em Manaus, durante as reuniões do Conselho de Administração da Suframa (CAS), contando com a presença de representantes dos ministérios ligados ao PIM.

“Finalmente, essa ditadura da aprovação dos Processos Produtivos Básicos em Brasília, que dura anos e anos, precisa ter um fim. O justo é aprovar os PPBs aqui mesmo em Manaus, durante as sessões do Conselho de Administração da Suframa (CAS), que conta, ou deveria contar, com a presença de representantes de todos os ministérios afins com o tema Polo Industrial de Manaus”, opina Arthur.

 

(*) O autor é prefeito de Manaus, foi deputado federal, senador e ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República