Manaus, 29 de março de 2024
×
Manaus, 29 de março de 2024

Notícias

Umanizzare sai do Compaj, mas fica em outros cinco presídios do AM

A nova co-gestora da penitenciária é a empresa Reviver, desde o dia 10 de julho, com contrato temporário. Seap prepara licitação para agosto.

Umanizzare sai do Compaj, mas fica em outros cinco presídios do AM

Complexo Penitenciário foi palco de 111 mortes entre os anos de 2017 e 2019, em massacres de presos durante rebeliões (Foto: Divulgação)

A empresa Reviver assumiu a gestão do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) no dia 10 julho, mas a Umanizzare – que detinha esse contrato – permanece atuando em outras cinco unidades penitenciárias de acordo com informação da assessoria da Secretaria de Estado da Administração Penintenciária (Seap). São elas: Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), Centro de Detenção Provisória Masculino(CDPM 1), Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), Unidade Prisional Do Puraquequara (UPP) e Unidade Prisional de Itacoatiara (UPI).

A assessoria também informou que a Reviver está cumprindo um contrato temporário e a previsão é que em agosto seja feito o lançamento de uma nova licitação. O plano da Seap é assinar o contrato com uma empresa de gestão penitenciária, a vencer o processo licitatório, em janeiro de 2020.

Empresa Umanizzare administra cinco presídios no Amazonas atualmente (Foto: EBC)

Contrato polêmico, A Umanizzare está no governo do Amazonas há 6 anos e, levantamento no Portal da Transparência do Estado aponta que, nos últimos 4 anos, a empresa que tem sede no Ceará já recebeu quase R$ 900 milhões do Estado.

Nesse período em que a empresa gerenciou o Compaj, a unidade prisional protagonizou dois grandes massacres de presos, em que colocou o Amazonas em segundo lugar em nível nacional em mortes em penitenciárias.

A primeira grande chacina foi dia 1º de janeiro de 2017, quando 56 detentos foram assassinados de forma cruel, numa rebelião que chocou o país. Dois anos depois, em maio deste ano, numa ação coordenada por facção criminosa em vários presídios da capital e que durou dois dias seguidos, 55 presos foram assassinados.

Em fevereiro de 2018, diante de muita pressão da opinião pública, o então governador Amazonino Mendes (PDT) anunciou que o contrato com a Umanizzare não seria renovado. No entanto, logo em seguida, o Estado pagou três aditivos a este contrato, somando R$ 54 milhões.

Nesse mesmo ano, 35 presos fugiram de dentro da cadeia administrada por esta empresa e, até agora, nem todos foram recapturados.

Este ano, após novo massacre nos presídios e o retorno da pressão pela saída da Umanizzare, o atual governador Wilson Lima (PSC), afirmou que o Estado não mais iria renovar o contrato com a empresa e que iria lançar novo processo licitatório para co-gestão das unidades prisionais do Amazonas.

O contrato da Umanizzare com o Compaj foi desfeito, mas ela permanece à frente das outras cinco unidades prisionais.