Manaus, 24 de abril de 2024
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Manaus, 24 de abril de 2024

Cidades

Em menos de duas semanas, quatro homicídios são registrados

Os ataques registrados nos dias 13, 20, 21 e 23 de fevereiro deste ano, aconteceram após membros do Comando Vermelho (CV) tomarem as “bocas de fumo”

Em menos de duas semanas, quatro homicídios são registrados

Wallemberg foi executado com 22 tiros (Josemar Antunes/Amazonas1)

Considerado o berço da Família do Norte (FDN), o bairro Compensa, na zona Oeste de Manaus, já contabiliza quatro assassinatos em menos de duas semanas. Os ataques registrados nos dias 13, 20, 21 e 23 de fevereiro deste ano, aconteceram após membros do Comando Vermelho (CV) tomarem as “bocas de fumo” da facção criminosa rival.

A disputa pelo controle do tráfico de drogas tem provocado várias mortes em outros bairros da capital amazonense. Em um dos casos, Bruno Ferreira Bandeira, 26, e Michelle dos Santos Vasconcelos, 26, foram presos por policiais da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam).

O casal foi preso na tarde da última sexta-feira, 21, no beco Areal, no bairro Compensa, após uma denúncia anônima informar que uma casa servia para guardar o arsenal do CV e abrigar membros da facção criminosa.

Na ocasião, Alex Reis da Silva, conhecido como “Nariz”, então companheiro de Michelle, conseguiu fugir entre os becos do bairro. Com o casal, os policiais militares apreenderam três revólveres e três pistolas, além de 36 munições. As armas de fogo eram usadas na missões da organização.

Segundo o levantamento da polícia, os responsáveis pelo assassinato do pedreiro Wallemberg Vieira Bello, 31, executado com 22 tiros quando retornava de uma padaria para casa, se esconderam no imóvel com as armas de fogo usadas no crime.

Após o assassinato ocorrido na manhã do dia 13 de fevereiro, no beco da Paz com a rua Natal, os criminosos picharam as paredes das casas com a sigla CV se referindo ao Comando Vermelho.

Outros casos

José Henrique foi assassinado com seis tiros (Reprodução)

O segundo assassinato no bairro aconteceu na tarde do dia 20. Segundo a polícia, José Henrique de Souza Gonçalves, 20, conhecido como “Chupeta”, caminhava pelo beco Igarapé, quando dois homens em uma motocicleta fizeram a abordagem e, em seguida, o garupa efetuou os disparos à queima-roupa.

José Henrique foi atingido com seis tiros, sendo dois na cabeça, um no peito, um no cotovelo esquerdo e dois no braço direito. A vítima morreu no local e os assassinos não foram identificados. Conforme informações da polícia, o jovem não tinha antecedentes criminais, todavia, a família declarou o envolvimento do rapaz com o tráfico de drogas.

Aldeir morreu após ser alvejado com seis tiros (Foto: Divulgação)

Por volta das 23h de sexta-feira, 21, a polícia registrou o terceiro homicídio. Aldeir Ribeiro da Silva, 27, chamado “Foguinho”, foi executado com seis tiros enquanto caminhava pela Rua das Flores da terceira etapa do bairro Compensa. O autor do crime fugiu depois de pular o muro de uma empresa e não foi identificado. A vítima comercializava entorpecentes na área para a FDN e teria sido morto por traficantes do CV.

Erasmo Carlos foi morto com oito tiros (Foto: Josemar Antunes/Amazonas1)

O quarto crime mais recente foi registrado na madrugada desta segunda-feira, 24, na rua Olavo Bilac. Erasmo Carlos Olegário Gomes, 39, que fazia uso de cadeira de rodas, foi executado em frente a sua casa por dois homens que ocupavam uma motocicleta.

Na ação criminosa, o sobrinho do cadeirante, de 12 anos, que estava próximo foi atingido por um disparo. O menino foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Pronto-Socorro da Criança (PSC) da Zona Leste – Joãozinho. O estado de saúde da criança é estável.

Segundo o levantamento da polícia, Erasmo Carlos comercializava drogas no local. Com o domínio das “bocas de fumo”, pelo CV, o cadeirante não foi aceito pela facção criminosa e teve morte encomendada. Em prantos, os familiares lamentaram a morte com orações e negaram o envolvimento da vítima com o tráfico de drogas.

As mortes registradas nos últimos dias no bairro Compensa, apontado como reduto da FDN, comandada pelo narcotraficante José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, que está preso em uma unidade prisional de segurança máxima, estão sendo investigadas pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).