Temendo ser morto, João Vitor se entregou na DEHS, onde confessou a participação na morte de adolescente (Foto: Divulgação)
O assassinato do adolescente Elias Emanuel Alves de Aquino, 15, conhecido como “Loirinho”, foi motivado por brigas entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Família do Norte (FDN), que dividem os presídios e os bairros de Manaus, disputando o controle do tráfico de drogas.
O jovem que estava desaparecido desde o dia 8 de fevereiro deste ano, após ser sequestrado da casa da tia, na invasão Monte Horebe, no bairro Lago Azul, zona Norte da capital, foi encontrado em uma cova com profundidade de um metro e meio.
João Vitor Costa Palheta, 18, conhecido como “Gabiruta”, foi preso após se entregar na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e confessar a participação na morte do adolescente.
Em depoimento, o jovem que havia completado a maioridade recentemente, disse que ele e mais três comparsas receberam ordens de traficantes das comunidades Rei Davi e Monte Horebe para matar Elias pelo fato de o adolescente ter trocado de facção.
Elias Emanuel, apontado como integrante da FDN, foi torturado, esfaqueado e decapitado. Em seguida, o adolescente foi enterrado em uma área de mata da invasão Monte Horebe, atualmente controlada por traficantes do CV.
De acordo com o delegado Charles Araújo, adjunto da DEHS, João Vitor e outros três comparsas receberam ordens de traficantes (Foto: Josemar Antunes/Amazonas1)
Durante coletiva de imprensa no prédio da Delegacia Geral da Polícia Civil do Amazonas, no bairro Dom Pedro, zona Centro-Oeste de Manaus, na manhã desta sexta-feira, 28, o delegado Charles Araújo, adjunto da DEHS, disse que Elias Emanuel estava expulsando os moradores da invasão após mudar de facção criminosa.
“O adolescente foi retirado à força da casa da tia e levado para um sítio, onde foi torturado com chutes, murros e pauladas. Ele teve as orelhas cortadas e depois foi decapitado. Após isso, o jovem foi enterrado. O João Vitor, um dos envolvidos no crime, compareceu à especializada após receber ameaças de morte, por membros de uma facção rival”, disse.
João Vitor foi preso em cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido no dia 27 de fevereiro deste ano, pelo juiz George Hamilton Lins Barroso, da Central de Plantão Criminal.
Após ser indiciado na DEHS por homicídio, João Vitor será conduzido para audiência de custódia, no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, no bairro São Francisco, zona Sul da capital.
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