Manaus, 28 de março de 2024
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Cidades

Motorista foi morto porque morava no mesmo bairro que os assassinos

Investigação da polícia aponta que o adolescente e outra pessoa são os autores do assassinato do motorista Higson Cavalcante Ramos

Motorista foi morto porque morava no mesmo bairro que os assassinos

Foi um crime premeditado, com a intenção de roubar o carro, celular e dinheiro, mas o que motivou o latrocínio do motorista de aplicativo Higson Cavalcante Ramos, 45, foi o fato dele morar no mesmo bairro que os assassinos, explicou o titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), delegado Paulo Martins, durante coletiva nesta segunda-feira, 9, ao apresentar à imprensa Felipe Gomes de Araújo, o “Chacal”, 26, e João Victor da Rocha Maduro, 19.

Além da dupla, conforme a especializada, um adolescente de 17 anos estão envolvidos na morte do motorista, que estava desaparecido desde o último dia 3 de setembro e teve o corpo encontrado no dia 6, numa área verde no ramal do Brasileirinho, na zona Leste de Manaus.

“Os três não têm relação com o motorista, foi um crime premeditado, com a intenção de roubar. O menor afirma que mataram o motorista porque ele mora no mesmo bairro que eles, e poderiam ser descobertos. A vítima correu para o mato, mas já tinha uma perfuração no peito e caiu. Então aproveitaram a queda e terminaram o serviço”, declarou.

Conforme o delegado Paulo Martins, a investigação iniciou a partir da chamada da corrida pelo aplicativo, que foi feito por uma irmã do adolescente apreendido. O jovem foi apreendido pela polícia, ainda no sábado passado e posteriormente os outros dois envolvidos foram identificados, sendo representado junto à Justiça a prisão preventiva contra eles.

Martins destaca que, sabendo que a polícia estava à procura dos demais envolvidos, Felipe e João Victor se apresentaram à sede da DEHS com o intuito de “tentar enganar a polícia”. “Chegaram aqui dizendo que não tinha nada a ver com a história, que o nome deles estavam rolando nas redes sociais e não sabiam o porquê estavam sendo mencionados”, frisou.

No entanto, o delegado acrescenta que durante as investigações uma testemunha reconheceu os envolvidos, pois, após matar o motorista Higson, deu pane mecânica no carro da vítima, devido à falta de combustível e eles pediram ajuda de uma pessoa para comprar gasolina. Essa pessoa fez o reconhecimento fotográfico deles.

Na manhã desta segunda, o aparelho celular do motorista foi encontrado com a esposa de Felipe.

O delegado explicou que no dia do latrocínio, quando o trio anunciou o assalto, a vítima foi levada para o Tarumã, na zona Oeste. Lá eles colocaram Higson no porta-malas do carro. Depois, foram na direção do ramal do Brasileirinho, onde a vítima foi assassinada. As facadas foram desferidas pelo adolescente e Joao Victor. O Felipe seria quem dirigia o carro.

Durante a coletiva de imprensa, a mãe de Felipe, que teve o nome omitido, pediu desculpas aos parentes e amigos do motorista Higson.

“Meu filho já confessou, disse que participou, mas não o esfaqueou, apenas pegou o dinheiro. Eu trouxe meu filho, eu vim à delegacia de noite (domingo) e o delegado mandou vir às 9h de hoje e disse que se ele (Felipe) tem culpa, que pague”.

O Felipe era monitorado por tornozeleira eletrônica, mas havia quebrado o aparelho e feito um Boletim de Ocorrência informando da perda, para despistar a investigação da polícia. Tanto Felipe quanto João Victor tem passagens pela polícia por tráfico de drogas, segundo Martins.

Ao serem apresentados à imprensa, a dupla negou envolvimento direto no assassinato do motorista Higson e responsabilizaram o adolescente por desferir os golpes de faca na vítima. “Foi ele (adolescente) quem matou. Deu a doida nele, ele ‘tava’ afoito.  Eu peguei só o dinheiro”, disse João Victor.

Representantes da categoria dos motoristas de aplicativos também estavam na Delegacia de Homicídios para saber detalhes do latrocínio.

Após os procedimentos cabíveis, os envolvidos estarão à disposição da Justiça.