Manaus, 16 de abril de 2024
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Cidades

‘Zona do medo’: moradores do Educandos temem disputa do tráfico

Segundo uma moradora, os integrantes da Família do Norte (FDN) supervisionam as ruas do bairro com rádios comunicadores e fortemente armados.

‘Zona do medo’: moradores do Educandos temem disputa do tráfico

Beco São Francisco no bairro Educandos (Foto: Josemar Antunes / Amazonas1)

Em meio à briga de facções criminosas que disputam o poder do tráfico de drogas, moradores do bairro Educandos, na zona Sul de Manaus, denunciaram ao Amazonas1 que vivem com “medo”.

Segundo uma moradora, que preferiu não se identificar, por medo de represálias, os integrantes da facção criminosa Família do Norte (FDN) supervisionam as ruas do bairro com rádios comunicadores e fortemente armados.

Veja mais: Vídeo mostra as duas adolescentes caminhando para o local da execução

“Estamos morando aqui porque precisamos, mas o medo de morrer existe a todo momento. Eles intimidam quem denunciar e não jogar com a organização criminosa. Os becos e ruas são monitorados por homens armados em posse de pistola, revólver e até fuzil. Eles ameaçam quem desobedecer às ordens. Estamos a mercê dos criminosos. Essas adolescentes eram Comando Vermelho (CV) e tinham armado emboscada para o traficante “Negão”. Ele ficou sabendo e ordenou a execução delas”, disse a moradora com exclusividade ao Amazonas1.

Após as mortes das adolescentes, uma força-tarefa foi montada para prender os envolvidos. Equipes da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e 2° Distrito Integrado de Polícia (DIP) realizaram buscas no bairro Educandos para cumprir quatro mandados de prisão.

No início da tarde desta sexta-feira, 7, Thiago de Oliveira Nunes, 22, conhecido como “Feijão”, apontado como “olheiro” da FDN, foi preso em um beco na rua Vicente de Paula. Ele é um dos suspeitos de participar na execução das adolescentes Sigrid Libório de Santana, 13, e Thaissa Kerolainy da Silva Azevedo, de 14 anos. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.

Em depoimento, Thiago falou que viu quando os caras das fotos, amplamente divulgado nas redes sociais, pegaram as meninas. Ele afirmou ainda que “saiu fora” e só ouviu os tiros. Segundo ele, as adolescentes foram mortas no beco e depois foram jogadas no igarapé.