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Política

Carlos Decotelli vai ao Planalto e oficializa demissão do MEC

Ministro da Educação ficou com a imagem arranhada por causa de falhas em seu currículo

Carlos Decotelli vai ao Planalto e oficializa demissão do MEC

--- IMAGEM CEDIDA PELA PRESIDENCIA DA REPUBLICA --- Brasília - DF, 25/06/2020 POLITICA Presidente Jair Bolsonaro durante assinatura do Termo de Posse do senhor Carlos Alberto Decotelli, Ministro da Educação no Palacio do Planalto . Foto: Marcos Corrêa/PR

O ministro da Educação, Carlos Decotelli, anunciou pedido de demissão nesta terça-feira, 30, cinco dias após ser nomeado para cargo pelo presidente Jair Bolsonaro. O agora ex-ministro confirmou a saída. A demissão foi a maneira encontrada pelo governo federal para encerrar a crise criada com as incorreções no currículo divulgado por Decotelli.

A gota d’água foi a nota da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgada na noite de segunda-feira, 29, informando que Decotelli não foi pesquisador ou professor da instituição.

O presidente Jair Bolsonaro ficou irritado ao saber de mais uma incoerência no currículo do indicado, que já teve doutorado e pós-doutorado questionados por universidades estrangeiras e é acusado de plágio no mestrado. O governo então passou a pressioná-lo para que apresentasse uma carta de demissão.

Segundo a averiguação do Estadão, Decotelli perdeu o apoio do grupo militar que o indicou ao governo. A nota da FGV dizia que Decotelli cursou mestrado na FGV, concluído em 2008. “Prof. Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação”, completa o texto.

A situação é comum na instituição em cursos com esse perfil, professores são chamados como pessoa jurídica e atuam apenas em cursos específicos. Isso quer dizer que ele não faz parte do corpo docente da instituição.

Entre os nomes que estão sendo indicados a Bolsonaro para substituir Decotelli está o de Marcus Vinícius Rodrigues, que foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) na gestão de Ricardo Velez. Ele é engenheiro e ligado ao mesmo grupo militar de Decotelli. Rodrigues deixou o Inep depois de desentendimento com o grupo ligado a Olavo de Carvalho.

Também esteve com o presidente na semana passada o ex-pró reitor da FGV, Antonio Freitas, indicado pelo mesmo grupo militar e pelo dono da Unisa, Antonio Veronezi, que tem exercido grande influência no governo. Ele é professor titular de Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE).

Na profusão de nomes sendo indicados, surgiu, também, o de Gilberto Gonçalves Garcia, que tem formação em filosofia e foi reitor de várias universidades privadas.

Outro nome indicado pelo grupo é do evangélico Benedito Guimarães Aguiar Neto, que foi reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e hoje é presidente da Capes, no MEC. A preocupação dos militares e de educadores é que integrantes ligados a Olavo de Carvalho agora tenham argumentos para indicar um nome que prevaleça.

O deputado Eduardo Bolsonaro teria sugerido Sérgio Sant’ana, ex-assessor especial de Abraham Weintraub e ligado a olavistas do governo. O nome de Ilona Becskehazy, que é a atual secretária de Educação Básica no MEC, também está sendo defendido por grupos considerados ideológicos.

 

(*) Com informações do Estadão