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Manchete

“Educação e Saúde serão prioridades. Não podemos deixar para depois”, diz Professora Jacqueline

“Educação e Saúde serão prioridades. Não podemos deixar para depois”, diz Professora Jacqueline

Por Annyelle Bezerra/ Foto: Tiago Correa (CMM)

Da Redação

O site Amazonas1 dando continuidade à série de entrevistas com os candidatos a vice-governador do Amazonas, na eleição suplementar, conversou nesta quinta-feira, 22, com a vereadora Professora Jacqueline (PHS), vice na chapa do candidato Wilker Barreto (PHS). Nesta entrevista a candidata revela que os setores da Educação e Saúde são prioritários no projeto de gestão idealizado em parceria com Wilker para o governo do Estado. Leia a entrevista completa:

AMAZONAS1 – Há quanto tempo a senhora ingressou na política?

PROFESSORA JACQUELINE: Eu debutei na política em 2008, como candidata pelo PPS, e perdi por 200 votos. Em 2012, tentei novamente.

AMAZONAS1- A sua saída do PPS foi polêmica na época. O que aconteceu de fato naquela situação?

PJ: Você sabe que partido tem donos. É lamentável, mas. Quando eu fui convidada pelo PPS, ingressei acreditando na filosofia partidária, na coerência do discurso. Quando eu ganhei que comecei a ver a realidade e que o discurso era diferente do que a gente pensava. Para evitar polêmica, não ir contra os meus princípios, a minha ética e aquilo que eu acredito, preferi que eles me expulsassem. Silenciei, até porque a gente é mulher, então as defesas são mais difíceis e para não perder o mandato. Esperei que me expulsassem porque a intenção deles era forçar a minha saída. Eu não ia fazer aquilo no que não acredito, eu tenho coerência e não fico num partido por conveniência, mas sim porque acredito na filosofia partidária.

AMAZONAS1 – Por que a senhora decidiu ingressar no PHS? Houve uma identificação ideológica?

PJ: Na época em que eu fui expulsa, tive muitos convites. Muitos partidos me procuraram, mas você tem que ter uma identidade filosófica, que é a questão do ideal do partido e o Partido Humanista da Solidariedade (PHS), após eu ler o estatuto e devido à identificação com o presidente, na época, Wilker Barreto, teve o convite aceito.

AMAZONAS1 – Qual a sua linha de atuação na Câmara de Manaus?

PJ: Eu estou no segundo mandato e nesses anos todos, abracei a causa da mulher por ser mulher e pela séria dificuldade de empoderamento e políticas públicas voltada a este público. Como eu tenho formação jurídica, também fui a primeira vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). E milito também na Educação por ser pedagoga e da categoria docente, com 35 anos de militância na área. Posso dizer que tenho a sorte de transitar nesses três segmentos com os quais me identifico.

AMAZONAS1 – Ao que a senhora atribui a pouca participação da mulher na política?

PJ: A mulher entra no partido por cotas, então já é uma minoria e uma coisa estigmatizada. Eu entrei por cotas e como mulher nós não temos as mesmas condições de participar ativamente do processo político, por não ter como competir em igualdade. Confesso que eu tive certa dificuldade de me empoderar na política partidária, isso porque a gente entra para cumprir a cota de 30% que é obrigatória devido a uma resolução que exige dos partidos a filiação de mulheres para garantir aquele percentual de participação na política, mas em disputa não há igualdade. Desta forma, como as mulheres não têm incentivo e valorização, por parte dos partidos, a nossa participação é muito tímida.

AMAZONAS1 – Como ocorreu a decisão para a senhora ingressar na chapa do vereador Wilker Barreto?

PJ: Eu fui a mulher mais bem votada no Estado do Amazonas, com 8.222 votos, quase duplicando a minha votação da última eleição. Isso revelou que nós sabemos fazer política, ganhamos credibilidade e dentro do partido eu sou um nome forte, por ser mulher. O partido me respeita e me convidou, eu me sinto de certa forma lisonjeada, pois é o reconhecimento de que nós sabemos fazer o trabalho sério e que leva a sério os nossos pleitos. Por tudo isso eu resolvi participar e fazer política de um jeito diferente. Não dá para ficar sentada reclamando. A gente tem que sair da zona de conforto para fazer a participação proativa e dá uma contribuição. E eu acho que o caos que está aí a gente pode mudar um pouco sim.

AMAZONAS1 – Quais são os principais projetos para a gestão do governo do Estado?

PJ: Nós temos propostas, porque será um tempo curto de mandato, mais ou menos um ano e quatro meses. Então, não dá para fazer projetos mirabolantes, tem que ser o que é factível. Pelas minhas andanças, nós podemos melhorar a questão da Educação com um plano de carreira para os nossos colegas professores que funcione mesmo, porque hoje, nós temos um plano em que há três anos não tem aumento, não há reajuste salarial e não existe progressão por titularidade e por tempo de serviço. A gente quer que os pleitos e os direitos dos colegas professores aconteçam na prática. A lei já tem o plano que nos obriga, mas o governo não obedece. É preciso começar a ver o professor com mais respeito, levando em consideração a qualificação e estar atento à estrutura das nossas escolas que, em alguns casos, estão em situação de calamidade pública e onde não reside a menor condição de trabalho para o professor e de ensino para o aluno. Precisamos manter o plano de saúde para o professor que foi um grande ganho para a categoria e que, hoje está sub judice, com o Ministério Público Federal discutindo a legitimidade desse plano que é pago com recursos do Fundeb, o que não pode.  Nós temos, hoje, laboratórios e centros de mídias maravilhosos que só funcionam, a partir do meio do ano, porque é preciso enxugar a folha e enxuga onde não pode, deveria reduzir em contratos e ampliar o professor. Onde não há educação, não há ganho. A situação da saúde é um caos e uma roleta russa. O médico não tem condições mínimas de trabalho. O Hospital 28 de Agosto está aí estrangulado. Deveria haver cinco máquinas de hemodiálise, só tem três, sendo preciso sortear quem está na vez. Tem 40 pessoas na fila esperando para fazer o procedimento de três em três dias, enquanto cada paciente deveria fazer uma vez por dia, agravando o estado do paciente e nós não podemos fazer nada. Eu tenho visitado os hospitais, pois também milito na área da saúde de certa forma e nós vemos que as pessoas estão num estado preocupante. Educação e Saúde serão prioridades. Não podemos deixar para depois. Se você está doente e vai ao hospital é porque precisa do atendimento. Para mim Saúde, Educação e Segurança são os pontos mais críticos no Amazonas, hoje.