Manaus, 28 de março de 2024
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Cenário

Além das ‘irmãs Lins’, David Dallas toma 2ª dose de vacina e prefeitura nega irregularidade

A Justiça Federal proibiu que todos os suspeitos de 'furar fila' da vacinação em Manaus recebessem a última dose da Coronavac

Além das ‘irmãs Lins’, David Dallas toma 2ª dose de vacina e prefeitura nega irregularidade

Foto: Montagem / Reprodução

Após as gêmeas Gabrielle e Isabelle Kirk Lins, filhas do empresário Nilton da Costa Lins Júnior tomarem a segunda dose da vacina contra a covid-19, em Manaus, foi a vez de David Dallas, filho do ex-deputado estadual Wanderley Dallas (Solidariedade) também receber a imunização, nesta quinta-feira (11).

Leia mais: Juíza diz que não autorizou 2ª dose de vacina da covid-19 para nenhum ‘fura-fila’ em Manaus

Acontece que a Justiça Federal proibiu que todos os suspeitos de “furar fila” da vacinação em Manaus recebessem a última dose da Coronavac. Os nomes dos recém-médicos constam na lista de vacinação da 1º dose no mês passado, mesmo sem estarem na lista prioritária de profissionais do grupo de risco no combate à pandemia.

No site Imuniza Manaus, que permite acompanhar a vacinação na capital, aparece o nome de David Dallas como tendo finalizado a imunização, nesta quinta-feira. Um dia antes, na quarta (10), o sistema também confirma que as “irmãs Lins” tomaram a segunda dose da vacina.

Proibição

No mês passado, a juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara da Justiça Federal no Amazonas, decidiu que as pessoas que furaram a fila para receber a vacina contra a covid-19 não teriam direito à 2ª dose do imunizante, e estariam sujeitas à prisão em flagrante caso insistam no ato.

“Em razão da falta de explicação para os casos de pessoas que tomaram indevidamente a vacina, ficam todos proibidos de tomar a segunda dose, podendo ficar sujeitos à prisão em flagrante delito em caso de insistirem no ilícito”, afirmou a magistrada em seu despacho.

Após a confirmação da imunização do trio nesta semana, a juíza usou as redes sociais para reafirmar sua decisão.

“A Justiça Federal não autorizou a nenhum fura-fila permanecer no ilícito, descumprindo o plano nacional de imunização do Ministério da Saúde. Pessoas estão morrendo por causa desse tipo de comportamento. Quem repetiu o erro, após o devido processo legal e mediante as provas devidas, sofrerá as penas da ação de improbidade, em razão do dano ao erário, do privilégio ilícito e da infração do princípio da moralidade”, declarou no Twitter.

O caso também virou alvo do Ministério Público Federal (MPF), que abriu investigação para apurar quem furou a fila da vacinação na capital.

Leia mais: MPF apura possível fraude na vacinação contra covid-19 em Manaus; ‘irmãs Lins’ serão ouvidas

Prefeitura nega fraude

Em nota, a Prefeitura de Manaus negou irregularidade na aplicação da segunda dose da vacina das “irmãs Lins” e o filho de Wanderley Dallas, “não havendo proibição judicial específica, quanto a não imunização dos mesmos, consignando a impossibilidade de tratamento diferenciado/punitivo das profissionais, quanto ao desempenho de suas atividades e da limitação do exercício do ato médico.”

A prefeitura também alega que vem seguindo “à risca” as regras do Programa Nacional de Imunização, especialmente, quanto aos profissionais da área da saúde.

Confira nota na íntegra:

“A Prefeitura de Manaus reiterando a transparência no processo de vacinação, com divulgação de todos os imunizados registrados em Portal de acesso público, com listas informadas, diariamente, aos órgão de controle, bem como, à Justiça Federal, informa que segue à risca as regras estatuídas no PNI – Programa Nacional de Imunização e da CIB – Comissão Intergestores Bipartite, especialmente, quanto aos profissionais da área da saúde.

Quanto aos casos citados, a prefeitura informa que eles atuam em Unidade Básica de Saúde Especializada no tratamento da covid, não havendo proibição judicial específica, quanto a não imunização dos mesmos, consignando a impossibilidade de tratamento diferenciado/punitivo das profissionais, quanto ao desempenho de suas atividades e da limitação do exercício do ato médico. A Prefeitura reforça a publicidade de seus atos e a colaboração para um processo transparente e de controle absoluto da imunização na cidade de Manaus.”