Manaus, 19 de março de 2024
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Manaus, 19 de março de 2024

Cidades

Wilson Lima justifica compra de soro 350% mais caro para Susam

Wilson Lima justifica compra de soro 350% mais caro para Susam

O governador Wilson Lima (PSC) informou que a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) vai comprar soro fisiológico para suprir a Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) pelo valor de R$ 12, quando poderia adquirir a R$ 2,67, sob a justificativa de que o item deve faltar nos hospitais e clínicas da capital e interior do Estado, em até cinco dias.

Carlos Almeida e Wilson Lima: reclamações e denúncias contra a gestão anterior da Cema (Secom)

A diferença entre os dois valores equivale a 349,43% de sobrepreço. Wilson se manifestou quanto ao assunto após realizar uma inspeção na Cema, nesta quinta-feira, 10, ao lado de seu vice e secretário da Susam, Calos Almeida. Ele afirmou que constatou desabastecimento de 75% no estoque da Central de Medicamentos, isto é, de cada 10 medicamentos, pelo menos 7 estão em falta.

O governador não disse se denunciou o problema que encontrou na Cema aos órgãos fiscalizadores para a tomada de providências administrativas, limitando-se a reclamar da gestão anterior e justificar as aquisições de itens com preços elevados.  

“Não tem fornecedor para atender a demanda e o estado terá que pagar doze reais, em vez de dois reais e sessenta e sete centavos, pela unidade do soro que vem de Goiânia. Mas, eu não posso colocar a vida das pessoas em risco”, alegou Wilson.

Responsabilidade

O governador não esclareceu de quem era a responsabilidade pela gestão negligente da Cema. Há menos de um mês, a Susam – que administra a Central de Medicamentos – era comanda pelo médico Francisco Deodato,  na gestão do ex-governador Amazonino Mendes (PDT). Procurado, Deodato não atendeu as ligações.

Ainda segundo Wilson Lima, na Cema há R$ 2 milhões em “medicamentos estragados”. E, nos próximos 60 dias, mais R$ 1,5 milhão de medicamentos também não poderão ser mais utilizados.

Ele afirmou que viu prateleiras vazias na Central, medicamentos vencidos e armazenados de forma irregular, além de um estoque abaixo do crítico.

“Eu tenho R$ 2 milhões de medicamentos estragados, que não servem. E nos próximos 60 dias eu vou ter R$ 1,5 milhão de medicamentos vencendo”, afirmou Wilson Lima.

É da Central e Medicamentos que saem os medicamentos para abastecer as unidades de saúde do estado na capital e nos demais 61 municípios.

“Não tinha ideia do tamanho da covardia que praticaram contra o povo do Amazonas. O abastecimento de medicamentos decide se alguém vive ou morre”, disse o governador, em entrevista coletiva à imprensa.