Depois de mais de 30 anos fechada à atividade de mineração, uma imensa área da Amazônia rica em ouro será concedida à iniciativa privada. Por meio de uma portaria publicada na edição de sextafeira do Diário Oficial da União, o Ministério das Minas e Energia abriu caminho para a extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) criada em 1984 ainda durante a ditadura militar. A expectativa do governo é leiloar áreas no fim do ano. Apesar de ter cobre no nome, a reserva, localizada entre os Estados do Amapá e do Pará, é rica sobretudo em ouro, mas também em tântalo, minério de ferro, níquel, manganês e outros. Não há informações sobre o tamanho dos depósitos. Mas a avaliação do Ministério é que a área poderá se tornar algo de relevância mundial.
“Acreditamos que nessa área possa ser desenvolvido um projeto ímpar no mundo, com uma gigantesca atratividade para ouro”, disse Vicente Lôbo, secretário de Geologia e Mineração do ministério. Victor Bicca, diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do ministério, vai além e diz que vê a possibilidade de que a área possa ser tão representativa quanto é Carajás para o minério de ferro. A Renca tem 46 mil quilômetros quadrados. Mineradoras nutrem grande expectativa em relação à abertura da reserva. “Considero que a portaria é uma vitória do setor mineral. Há muito tempo a gente preconiza é a liberação dessa área”, diz Marcelo Tunes, diretor de assuntos minerários do Ibram, entidade que reúne mineradoras com operação no país. Para o governo, uma indicação do interesse de mineradoras em futuros leilões é o número de pedidos de requerimentos na Renca. Antes da criação da reserva, havia 171 requerimentos de pesquisa; depois da criação, 482. “Isso sinaliza o interesse do mercado. Se foram requeridas é porque são áreas que têm atratividade”, disse Bicca.
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