Manaus, 21 de maio de 2024
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Brasil

Caso de poliomielite em criança de 3 anos no Pará é descartado

Em nota, a pasta atribuiu a paralisia a erro em esquema vacinal

Caso de poliomielite em criança de 3 anos no Pará é descartado

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O Ministério da Saúde informou, nesta sexta-feira (7), que o Brasil continua sem nenhum caso de poliomielite desde 1989, após descartar uma suspeita da doença em uma criança de 3 anos no Pará. Em nota, a pasta atribuiu a paralisia a erro em esquema vacinal. O Ministério esclarece que a paciente não havia recebido a vacina de vírus inativado antes de receber dose oral, o que é exigido.

O paciente teve paralisia flácida aguda, e um exame de fezes detectou o vírus da pólio. No entanto, uma investigação de autoridades sanitárias descobriu que a criança havia tomado uma vacina de vírus atenuado (oral) antes ter recebido a vacina de vírus inativado (injeção).

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A pasta afirma ainda que a paralisia é “suspostamente atribuível à vacina” oral, pois “na caderneta de vacinação da criança não consta registro de vacina inativada poliomielite (VIP), que deve ser administrada anteriormente à VOP [vacina oral poliomielite]”.

O ministério, entretanto, acrescenta que: “o risco de paralisia flácida aguda com a VOP é muito raro e que quando a VOP é aplicada como reforço após o esquema básico com a vacina VIP esse risco é praticamente nulo”.

“A criança foi atendida ambulatorialmente, não chegou a ser internada, evoluindo bem com recuperação da força muscular e permanece com discreta claudicação [comprometimento da capacidade de marcha] em membro inferior esquerdo”, diz o comunicado.

O poliovírus Sabin Like 3, que foi detectado nas fezes da criança no Pará, “não tem caráter transmissível e não altera o cenário epidemiológico no território nacional”, salienta o ministério.

“De 1989 até 2012, de 764 milhões de doses de VOP aplicadas em crianças de todo país ocorreram somente 50 casos de pólio vacinal. A partir de 2012, com a introdução do esquema sequencial VIP/VOP, não ocorreram mais casos de pólio vacinal no país”, complementa a nota.

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Outra suspeita de poliomielite que estava sob investigação, em Roraima, também já foi descartada. A ameaça da volta da poliomielite no Brasil e no restante do continente americano foi reconhecida, inclusive, pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em discurso na 30ª Conferência Sanitária Pan-Americana, na semana passada.

Na quarta-feira (5), Queiroga garantiu que o país atingirá a meta de vacinar contra a pólio 95% do público-alvo. Atualmente, o patamar de cobertura está em torno de 60%. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite começou no dia 8 de agosto e foi encerrada na última sexta-feira (30), depois de ter sido prorrogada por causa da baixa adesão.

Alguns estados decidiram prorrogar as campanhas por conta própria, como foi o caso de São Paulo e do Rio Grande do Sul.

A orientação da pasta é que crianças de 1 a 4 anos recebam uma dose da VOP (vacina oral poliomielite), desde que já tenham recebido as três doses da VIP (vacina inativada poliomielite) previstas no esquema básico.

(*) Com informações da Agência Brasil