MANAUS (AM) – Após ter se tornado um dos investigados pelos senadores da CPI da Covid-19, o deputado estadual Fausto Júnior (MDB) vai para a mesa dos homens que serão alvo de pedido de quebra de sigilo. Ele, a esposa, a mãe, a irmã e o advogado estão na mira. Nesta sexta-feira, os senadores vão se reunir para votar o futuro do deputado.
Sigilo telefônico, bancário, fiscal e telemático quebrado para as investigações. Além dele, sua mãe, a conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Yara Lins são o alvo, por acusações feitas pelo senador Omar Aziz de enriquecimento ilícito. Sua esposa Ádria Gomes Cardoso, Tereza Raquel Baima Rabelo, irmã de Fausto e o advogado André Luiz Guedes, além das 12 empresas acusadas pelo senador, de receberem, em dois anos, R$ 500 milhões.
Inicialmente, Fausto foi ao Senado Federal para depor sobre os trabalhos da CPI da Saúde na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), no entanto, ao longo de seu depoimento, os senadores acabaram questionando sobre possíveis equívocos na CPI da Aleam, o que deixou Fausto sem respostas concretas em muitos momentos.
Para Omar, o depoimento de Fausto deixa indícios de que a condução da Comissão na Aleam pode ter sido equivocada e acobertou supostas irregularidades do governo federal.
“O primeiro ponto a destacar é o aumento acelerado do patrimônio da família do deputado. O segundo é que a CPI pode ter deixado passar e virado as costas para atos ilícitos praticados pelo governador do Amazonas, além de não ter sido solicitado o indiciamento de Wilson Lima”, explicou Omar.
As 12 empresas, citadas por Omar na CPI, com supostas irregularidades nas contratações são:
AG SERVICE INFORMATICA LTDA,
BRB SERVIÇOS EM SAÚDE LTDA
DR7 SERVIÇO DE OBRAS DE ALVERARIA LTDA
LBC CONSERVADORA E SERVIÇOS EIRELI
CC BATISTA ME
LIFE SAUDE ASSISTENCIA MEDICA E ODONTOLOGIA LTDA
PHA RODRIGUES
NOVA RENASCER EIRELI,
CONSTRUTORA MATRIZ LTDA
TRAIRI COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA
PODIUM EMPRESARIAL EIRELI
TECWAY SERVIÇOS E LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS LTDA
Confira com exclusividade os documentos de quebra de sigilo:Quebra-sigilo-Adria-Gomes-Cardoso.lexedit-1BaixarQuebra-sigilo-ANDRE-LUIZ-GUEDES-DA-SILVA.lexedit-1BaixarQuebra-sigilo-DEPUTADO-FAUSTO.lexedit-1BaixarQuebra-sigilo-empresas-A.G..lexeditBaixarQuebra-sigilo-empresas-BRB.lexeditBaixarQuebra-sigilo-empresas-CC-BATISTA.lexeditBaixarQuebra-sigilo-empresas-DR7.lexeditBaixarQuebra-sigilo-empresas-LBC.lexeditBaixarQuebra-sigilo-empresas-LIFE-SAUDE.lexeditBaixarQuebra-sigilo-empresas-Matrix.lexeditBaixarQuebra-sigilo-empresas-NOVA-RENASCER.lexeditBaixarQuebra-sigilo-empresas-PHA-Rodrigues.lexeditBaixarQuebra-sigilo-empresas-PODIUM.lexeditBaixarQuebra-sigilo-empresas-TCD-Transportes.lexedit-2BaixarQuebra-sigilo-empresas-TECWAY.lexeditBaixarQuebra-sigilo-Tereza-Raquel-Rodrigues-Baima-Rabelo..lexedit-1BaixarQuebra-sigilo-YARA-AMAZONIA-LINS-RODRIGUES-DOS-SANTOS..lexedit-1Baixar
Enriquecimento acelerado
Ainda durante a CPI, Omar Aziz questionou Fausto sobre o enriquecimento acelerado da família do deputado logo após sua eleição em 2018 e perguntou como o deputado conseguiu mudar de uma residência simples, para um endereço de alto padrão em Manaus.
Segundo Omar, Fausto morava no Residencial Royal Village, no bairro Parque das Laranjeiras, mas, ao se eleger deputado estadual, se mudou para o Condomínio Efigênio Salles, onde sua família adquiriu dois terrenos, na rua Carreiro Castanho, no valor de 200 milhões, cada. Para o senador, o crescimento e o atual poder da família do parlamentar podem ser usados como justificativa de ele não ter solicitado o indiciamento do governador do Amazonas.
“Essas perguntas são relevantes, porque é assim que podemos ver o motivo pelo qual o senhor não indicou o governador no momento da CPI na Assembleia. Eu vou quebrar os sigilos e eu tenho certeza que vamos descobrir onde estão as irregularidades”, declarou Omar.
O Portal Amazonas1 conseguiu – com exclusividade – fotos dos terrenos mencionados por Omar durante a CPI; confira
Em respostas às acusações, Fausto negou ter morado no Residencial Royal Village e, bem como, afirmou desconhecer os terrenos do atual condomínio. Segundo o deputado, ele residia no bairro Parque Dez de Novembro e a residência ainda pertence à sua família.
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