
Ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: (Larissa Lousrhania/Portal AM1)
Brasília (DF) – Após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter sido declarado réu pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), alguns comentários durante a coletiva de imprensa dessa quarta, foram direcionados ao enfraquecimento da direita no Brasil.
Vários cidadãos acompanharam o evento, que reuniu grande parte da imprensa brasileira, e ao longo da fala de Bolsonaro era possível ouvir burburinhos sobre o número de políticos que o acompanhava ou como ele estava perdendo a força no legislativo.
Na transmissão realizada pelo Portal AM1 pelas redes sociais, os comentários dos amazonenses, estado onde o ex-mandatário teve grande parte dos votos, chamavam a atenção pela porcentagem de críticas.
Para o ex-parlamentar Marcelo Ramos (PT), o grupo político de Bolsonaro está na agenda errada, a defesa do projeto de lei que anistia os condenados e acusados pelas depredações que ocorreram no dia 8 de janeiro de 2023 leva ao enfraquecimento.
“O grupo bolsonarista está refém da agenda da anistia. É uma agenda que só interessa para eles, não interessa para o Brasil”, disse o advogado e ex-candidato a prefeito de Manaus pelo PT.
Em 2021, Marcelo Ramos era vice-presidente da Câmara dos Deputados e filiado ao Partido Liberal, mas deixou a sigla após a filiação de Jair Bolsonaro.
O cientista político Helso Ribeiro pontua que, com a decisão, pode ocorrer um enfraquecimento da extrema-direita ligada a Bolsonaro, mas o movimento sempre foi forte no Amazonas.
“É evidente que o fato do ex-presidente Bolsonaro ter sido considerado réu, a direita bolsonarista perde espaço, isso foi visto nas últimas eleições, é uma tendência,” disse o especialista.
Bolsonaro e outros sete são acusados de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.
Direita sempre dominou no Amazonas
Com os últimos acontecimentos, alguns podem pensar que a direita perdeu espaço, mas o cientista político explica que é preciso recordar que este grupo político não é feito apenas de bolsonaristas.
Para ele, a direita sempre dominou no Amazonas, e existe uma extrema-direita alinhada ao bolsonarismo, mas também a direita liberal que engloba os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB) e deputados como Silas Câmara (Republicanos), Adail Filho (Republicanos) e Átila Lins (PSD).
“Nunca vi a direita se enfraquecer no Amazonas. Na bancada federal, eles não votam em questões de esquerda. Manaus nunca teve na história um governo do estado de esquerda. Houveram tentativas de um centro-esquerda com o Serafim, mesmo assim foram governos de composições com a direita,” pontuou Ribeiro.
Apesar de estarem no governo federal, comandado por um partido de esquerda, PSD, MDB e Republicanos são considerados partidos de centro, ou alinhados à direita.
“Se pegar o MDB, que é um partido de centro direita, e o PSD, que é do Kassab [Gilberto Kassab] do Omar Aziz, é o mesmo alinhamento. Então, todos eles são de direita”, destacou o cientista.
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