Manaus, 15 de maio de 2024
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Manaus, 15 de maio de 2024

Política

Deputado Mamãe Falei é condenado por chamar manifestantes de ‘gado’ bolsonarista

O deputado ainda poderá recorrer da decisão, que prevê pagamento de R$ 60 mil para um dos advogados autor da ação e R$ 20 mil ao segundo

Deputado Mamãe Falei é condenado por chamar manifestantes de ‘gado’ bolsonarista

Foto: Reprodução

SÃO PAULO – O deputado estadual pelo estado de São Paulo, Arthur do Val (Patriota), mais conhecido como ‘Mamãe Falei’ foi condenado a indenizar dois advogados que foram chamados de “gado” bolsonarista em vídeo gravado pelo parlamentar durante uma manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. A condenação foi proferida pela Justiça de São Paulo.

O deputado, que ainda pode recorrer da decisão, terá de pagar R$ 60 mil por danos morais (R$ 40 mil para um deles e R$ 20 mil para o segundo).

No vídeo, gravado durante um ato realizado na avenida Paulista, em São Paulo, no dia 1º de Maio, o deputado questiona os advogados a respeito do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), vinculando-o a temas como foro privilegiado e funcionários fantasmas. De acordo com a Justiça, a imagem dos advogados foi manipulada pelo deputado na edição do vídeo “com o evidente propósito de ridicularizá-los”.

“As perguntas são todas preparadas de forma ardilosa para impingir-lhes a pecha de ignorantes”, afirmou na sentença o juiz Marcelo Augusto Oliveira. “Claramente se vê que a intenção do deputado nessa entrevista nunca foi colher a opinião sóbria dos autores [do processo] sobre qualquer assunto, mas, somente, ridicularizá-los como ‘gado’.”

Na defesa apresentada à Justiça, Arthur do Val afirmou que o vídeo aborda sua opinião pessoal sobre condutadas da família Bolsonaro e que não há qualquer acusação aos autores do processo e que o vídeo não alterou o sentido das palavras dos entrevistados, não houve manipulação e a edição “serviu simplesmente para tornar a versão final mais dinâmica”.

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“O conteúdo [do vídeo] não constitui qualquer crime contra a honra”, afirmou o deputado à Justiça. Segundo ele, que fala no processo em liberdade de expressão, as críticas e questionamentos feitos na gravação são absolutamente pertinentes a um Estado democrático.

No processo, os advogados afirmam que o deputado, que tem cerca de 2,7 milhões de seguidores do YouTube, teve, no vídeo, o nítido propósito de diminuí-los, atribuindo a eles “características animalescas”. Disseram também que não foram ao ato do 1º de Maio com o objetivo de apoiar Bolsonaro, mas, sim, para protestar “contra as injustiças sociais”.

Além da indenização, o deputado foi condenado a publicar uma retratação em suas redes sociais de ao menos 58 segundos, bem como divulgar a íntegra da entrevista que fez com os advogados. Ele ainda pode recorrer da decisão.

(*) Com informações UOL

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