Manaus, 2 de maio de 2024
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Cidades

Enfermeira é presa suspeita de estuprar paciente de 54 anos com paralisia

Os abusos só foram descobertos depois de a família da vítima comprar equipamento de comunicação e a vítima denunciar com a ajuda dos olhos.

Enfermeira é presa suspeita de estuprar paciente de 54 anos com paralisia

Uma enfermeira de 36 anos está presa preventivamente suspeita de estuprar por dois meses um paciente de 54 anos, no Distrito Federal. A vítima sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA). Em decorrência da doença autoimune, o homem só consegue piscar. Ele relatou os abusos por meio de um equipamento de comunicação que permite a formação de palavras pelo do movimento dos olhos.

Enfermeira presa por estupro de vulnerável, no DF — Foto: Divulgação/Polícia Civil

A doença ELA provoca a degeneração progressiva de dois neurônios responsáveis por transmitir os impulsos nervosos do cérebro para o corpo.

Agentes da 23ª Delegacia de Polícia (Setor P Sul, em Ceilândia) receberam a denúncia da família da vítima em 19 de fevereiro deste ano. A partir do relato da mulher e do filho do homem, começou a investigação. Por conta da condição física do paciente, os policiais coletaram o depoimento dele em casa, em Ceilândia, onde ocorreram os abusos.

“A suspeita trabalhava na residência desde 2015, como home care. Confirmamos que a vítima foi estuprada em dezembro de 2018 e em janeiro deste ano. Ela era a enfermeira noturna e responsável por dar o remédio ao homem para que ele conseguisse dormir. Entretanto, ela não dava a medicação, para que ele continuasse acordado e, assim, pudesse abusá-lo sexualmente”, explica o delegado-adjunto Maurício Iacozzilli.

Sem conseguir falar, os estupros não eram notados pelos familiares e, tampouco, pela enfermeira do turno matutino. Ela também prestou esclarecimento à investigação e confirmou que, pela manhã, notava alterações nos sinais vitais do paciente. Mas, de acordo com o delegado, a mulher acreditava que as mudanças eram por causa da doença, e não pela falta de sono da vítima. “Só quando o caso veio à tona ela percebeu o que acontecia.”

A enfermeira suspeita de cometer os abusos negou as alegações do paciente na delegacia, onde prestou depoimento acompanhada de um advogado. No entanto, a mulher e o filho do homem informaram à polícia que ela confessou os crimes para eles. “A mulher teria chegado a pedir desculpas por tudo, mas, para nós, mudou a versão. Mas com todas as informações coletadas, representamos contra ela”, acrescenta Iacozzilli.

A mulher acabou presa às 17h desta terça-feira (9/4), em casa, na EQNN 18/20, também no Setor P Sul, em Ceilândia. Ela foi indiciada pelo crime de estupro de vulnerável e continuará detida até a audiência do caso. Se condenada, pode pegar até 15 anos de detenção.

 

 

*Informações retiradas do CorreioBraziliense