Manaus, 14 de dezembro de 2024
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Cidades

Estudantes enxergam o Enem como oportunidade de mudança

Candidatos ressaltam o valor do exame para ingressar no ensino superior, mas alertam para a disparidade de preparo entre alunos de escolas públicas e privadas.

Estudantes enxergam o Enem como oportunidade de mudança

(Foto: Celestino Leal/Portal AM1)

Manaus (AM) – Com aproximadamente 4,3 milhões de inscrições confirmadas, candidatos de todo o país se dirigiram neste domingo (3) às escolas para realizar a primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O exame é voltado a quem busca uma vaga em faculdades públicas, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ou em instituições privadas, por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni).

O Portal AM1 acompanhou a movimentação na Escola Estadual José Bernadino Lindoso, localizada no bairro Aleixo, zona Centro-Sul, um dos locais de prova, para conversar com participantes sobre suas expectativas. Entre eles, Dayane Caroline, de 17 anos, que realiza o Enem pela primeira vez. Para ela, o exame representa uma chance de ingressar na universidade ao final do ensino médio.

“Bom, o Enem é uma grande oportunidade. Ele abre portas para que a pessoa possa fazer a faculdade que deseja com mais facilidade, mas é preciso estudar, né? É isso que eu enxergo. O Enem é um passo, um caminho para você avançar e fazer o que gosta, exercendo a profissão que escolheu e fazendo a faculdade que deseja”, afirmou.

A jovem Keziane Oliveira, de 21 anos, compartilha dessa visão. Com planos de seguir carreira em publicidade e propaganda, vê no Enem uma ferramenta essencial para alcançar seus objetivos profissionais.

“Acho muito importante, especialmente, para quem quer ter sucesso no futuro, como eu. Quero entrar na área de publicidade, que é bem concorrida e requisitada entre os jovens. A oportunidade de ingressar em uma faculdade sem custo, através do Enem, é essencial”, comentou Keziane.

Ainda que reconheça os benefícios do exame, ela relatou a pressão enfrentada durante a preparação.

“Na verdade, eu não lidei muito bem [com o estresse], mas comecei a meditar, fazer ioga e tomar chás calmantes, como camomila, para me ajudar a acalmar”, disse.

‘Favorecimentos’

Já Pedro Rodrigues, de 17 anos, que pretende cursar artes cênicas, enxerga o Enem como um meio de transformação pessoal e profissional, mas destaca os desafios da desigualdade educacional no país. Segundo ele, a qualidade de ensino desigual entre escolas públicas e privadas interfere nas oportunidades.

“O Enem favorece muitas pessoas ao oferecer a oportunidade de fazer um curso e mudar de vida. Porém, um dos principais obstáculos é justamente a desigualdade entre aqueles que querem fazer a prova. Quem estudou em escolas particulares tem mais facilidade, pois a educação é melhor. No sistema público, a educação é precarizada, o que dificulta para quem realmente deseja mudar de vida”, apontou Pedro.

A reportagem também entrevistou os pais dos alunos que participam do Enem deste ano. A contadora Cássia Amorim, que acompanha a filha na realização da prova como treineira, destacou a importância do exame como uma excelente oportunidade para estudantes de baixa renda ingressarem em universidades públicas. Para Cássia, o Enem representa uma chance valiosa de acesso à educação superior e a melhoria das condições de vida.

“O Enem veio mesmo para fazer essa diferença, né? Porque a gente sabia que, antigamente, as universidades públicas eram voltadas mais para as pessoas que tinham condições de pagar um curso melhor, de se preparar em uma escola melhor. Hoje, ele já dá essa oportunidade para tantas outras, né? Eu vejo essa importância; assim, o Enem veio para fazer a diferença”, comentou Cássia Amorim.

A filha da professora Eliane Pontes, atualmente matriculada em uma instituição de ensino superior, ainda realiza o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) anualmente. Segundo Eliane, essa prática é motivada pelo interesse da jovem em avaliar constantemente seus conhecimentos e habilidades. Para ela, participar do Enem representa uma oportunidade de autoavaliação e aprimoramento contínuo, além de ser um importante passo para futuras conquistas acadêmicas e profissionais.

“Ela gosta de se conhecer, gosta de aprender mais. O conhecimento é tudo, né? Então, ela está sempre correndo atrás de mais e mais. Ela sempre diz que não se formam bons marinheiros em mar calmo; ela tem essa ideia. Acredito que isso a ajuda bastante, e ela está sempre em busca de novos desafios”, comentou Pontes.

 

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