Manaus, 5 de maio de 2024
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Cidades

Filho de 2 anos de delegado morre engasgado com tampa de refrigerante

Ameaçado pela família materna da criança, pai não compareceu ao velório e enterro.

Filho de 2 anos de delegado morre engasgado com tampa de refrigerante

Foto: Reprodução/Redes sociais

Arthur Gomes Benjamim, de apenas 2 anos, filho do delegado da Polícia Civil do Amapá, Carlos Alberto Gomes Pereira Filho, morreu engasgado com uma tampa de garrafa pet na última sexta-feira (7), enquanto o pai organizava a casa.  Pai e filho estavam sozinhos na casa no momento do acidente.

O delegado, que se pronunciou pela primeira vez na última terça-feira (11), relatou que estava organizando a casa quando percebeu que a criança ficou em silêncio e não se mexia.

“Assustado e sozinho, tentei identificar o que estava ocorrendo, mas, no momento de desespero, não consegui entender ou detectar o motivo. A reação que consegui ter naquele momento foi checar os sinais vitais, que estavam presentes”, disse ele.

Carlos Alberto ainda disse que fez de tudo para salvar a vida do seu filho: “Eu fiz de tudo para salvar a vida do meu filho. Quando ele engoliu a tampinha, estava próximo de mim, e o fez no momento em que eu estava organizando as coisas pós almoço. Não houve falta de cuidado, ele estava sendo monitorado, foi uma tragédia que eu não desejo a nenhum pai ou mãe. Pergunto então, quem é que vai imaginar que o filho vai morrer por ter uma garrafa pet de água mineral em casa? Em qual contexto esse resultado é imaginável ou esperado? Qual pai pode ser apontado como negligente por isso? Na verdade, fossem as acusações só de negligência, seriam menos dolorosas. Estou diariamente sendo chamado de assassino”

“Assustado e sozinho, tentei identificar o que estava ocorrendo, mas, no momento de desespero, não consegui entender ou detectar o motivo. A reação que consegui ter naquele momento foi checar os sinais vitais, que estavam presentes”, continuou.

O delegado levou o menino para o hospital mais próximo, onde foi atendido imediatamente. 

“A equipe médica optou por chamar o Samu, que chegou após aproximadamente 30 minutos, o que aumentou ainda mais a minha angústia, já que não sabia o que estava acontecendo com o meu filho. Após a sua chegada, a equipe do Samu rapidamente identificou o problema e retirou uma tampinha de garrafa pet das vias aéreas do meu filho. Infelizmente, ele já não apresentava mais sinais vitais”, relatou.

Criticado nas redes sociais e pela família materna,  além de ser acusado de negligência, o pai disse que não foi ao velório e enterro do filho com receio das ameaças que sofreu e não gerar desconforto no local.

“Quero, na oportunidade, me solidarizar verdadeiramente com a família. Mas quero que não se esqueçam que eu também sou a família. Todos estão sofrendo muito, jamais em minha vida gostaria que isso tivesse ocorrido. Não desejo isso a ninguém, eu era o maior interessado em ver meu filho bem. Mas não se esqueçam que sou um pai que assistiu ao seu filho morrer. Não quero dizer que minha dor é maior que a de ninguém, mas também não é a menor”, declarou o delegado.

Inquérito

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Amapá instaurou um inquérito para apurar a morte da criança e saber se houve conduta criminosa. Carlos Alberto prestou  depoimento por mais de 2 horas e meia no último sábado (8), sendo que precisou ser interrompido diversas vezes devido seu estado emocional abalado. 

O menino morava com a mãe em Florianópolis, Santa Catarina, e estava há menos de uma semana na casa do pai após um acordo judicial.

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