
(Foto: RS/Fotos Públicas)
Internacional – Um erro inesperado resultou na inclusão involuntária do jornalista Jeffrey Goldberg, editor-chefe da revista americana The Atlantic, em um grupo de mensagens confidenciais do governo de Donald Trump. O grupo, que contava com altos membros da administração, discutia planos de guerra contra os rebeldes Houthis no Iémen, compartilhando detalhes da operação militar antes dos ataques serem executados.
Goldberg, inicialmente cético quanto à autenticidade das mensagens, que incluíam figuras de destaque como o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário de Defesa Pete Hegseth e o vice-presidente JD Vance, teve suas dúvidas dissipadas quando os ataques mencionados nas conversas ocorreram conforme previsto.
O incidente foi descrito como uma “falha extraordinária” de segurança pelo The New York Times. Em resposta, o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca confirmou que a troca de mensagens parecia genuína e anunciou que está investigando como o jornalista foi adicionado ao grupo de comunicação.
Plano de ataque ao Iêmen
Goldberg relata que a inclusão no grupo ocorreu em 11 de março, quando recebeu uma solicitação no aplicativo Signal de um usuário identificado como Michael Waltz. Embora o app tenha criptografia de ponta a ponta, ele estranhou que informações tão sensíveis estivessem sendo discutidas por esse meio.
A partir de 14 de março, altos funcionários do governo começaram a debater a iminente operação militar contra os Houthis. O grupo rebelde, apoiado pelo Irã, tem realizado ataques para bloquear rotas marítimas no Mar Vermelho, afetando o porto israelense de Eilat.
Durante as conversas, membros do governo também demonstraram desprezo pela Europa, acusando o continente de depender excessivamente da ação militar dos Estados Unidos. Em uma das mensagens, JD Vance declarou:
“Eu apenas odeio salvar a Europa de novo.”
Pete Hegseth respondeu:
“Eu compartilho totalmente do seu desprezo pelos aproveitadores europeus. É PATÉTICO.”

(Foto: reprodução / The Atlantic)
Confirmação e investigação
A confirmação da veracidade das mensagens veio em 15 de março, quando Goldberg acessou a rede social X (antigo Twitter) e viu relatos de ataques em Sanaa, capital do Iêmen, ocorrendo exatamente no horário mencionado nas mensagens do grupo.
Dias depois, questionado pelo jornalista, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, reconheceu a autenticidade da conversa e afirmou que protocolos de segurança estão sendo revisados. Segundo Hughes:
“O tópico é uma demonstração da coordenação política profunda e ponderada entre autoridades sêniores. O sucesso contínuo da operação contra os Houthis demonstra que não houve ameaças aos nossos militares ou à nossa segurança nacional.”
A Casa Branca reforçou que o Signal não é um canal autorizado para compartilhamento de informações sigilosas e que o governo possui sistemas exclusivos para esse tipo de comunicação.
Segundo a The Atlantic, a inclusão do jornalista no grupo e a divulgação de informações classificadas podem configurar violação de diversas leis, incluindo a Lei de Espionagem de 1917, que pune atos que comprometam a segurança nacional dos Estados Unidos.
(*) Com informações do G1
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