Brasília (DF) – O general Nilton Diniz Rodrigues, comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva em São Gabriel da Cachoeira (AM), está entre os 37 indiciados pela Polícia Federal por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro em 2022. Rodrigues, que mantinha proximidade com o ex-presidente, prestou depoimento no início de novembro durante as investigações da trama golpista conduzidas pela PF.
A ligação do general com o caso foi evidenciada por mensagens reveladas na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Rodrigues também atuou como assistente do general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que denunciou a existência de uma “minuta golpista”. Esse documento, atribuído a Bolsonaro, pretendia impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e assegurar a continuidade do ex-presidente no poder.
A participação de Rodrigues no contexto militar, especialmente à frente da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, reforça sua relevância na apuração das conexões entre militares e a tentativa de subverter a ordem democrática. A Polícia Federal segue analisando possíveis relações do general com outros envolvidos, incluindo o grupo conhecido como “kids pretos”. Essas investigações destacam a influência de Rodrigues em ações que buscaram sustentar a ruptura institucional no fim do governo Bolsonaro.
Nesta sexta-feira (22), o Exército informou que Rodrigues será transferido para Brasília, junto ao coronel Fabrício Moreira Bastos, também indiciado e atualmente adido em Tel Aviv, Israel. Ambos serão designados para funções administrativas no Comando de Logística do Exército. A medida, que faz parte de um rodízio interno, antecede a conclusão do inquérito policial. Além de Rodrigues, outro militar do Amazonas, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, foi indiciado por planejar atentados contra o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, sendo preso pela PF no dia 19.
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