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Esportes

Mineirinho é campeão da etapa de Saquarema do Mundial de surfe

Mineirinho é campeão da etapa de Saquarema do Mundial de surfe

Com os 10 mil pontos que conseguiu, Mineirinho tornou-se vice-líder do ranking, empatado com o sul-africano Jordy Smith e o australiano Owen Wright. (Foto: Globo Esporte)

Nesta quarta-feira (17), Adriano de Souza, o Mineirinho, 30, emendou uma sequência de baterias avassaladoras, eliminou Joel Parkinson, Yago Dora e Adrian Buchan, e tornou-se campeão da etapa de Saquarema do Mundial de Surfe. Com aproveitamento de 100%, as maiores nota individual (9,83) e combinada (18,50) do evento, ele não deu brecha para qualquer contestação e levou o título com sobras.

Com os 10.000 pontos que conseguiu, Mineirinho tornou-se vice-líder do ranking, empatado com o sul-africano Jordy Smith e o australiano Owen Wright, ambos eliminados nas quartas de final em Saquarema. Eles têm 24.400 pontos e seguem na cola do líder, o havaiano John John Florence, que foi eliminado na terceira rodada no Rio e tem 27.000.

Nesta quarta-feira (17), ele superou a “zebra” australiana Adrian Buchan na final por 17,63 a 17,23. Buchan tentou mostrar resistência e uma nota 9,20 que conseguiu ao longo da rodada chegou a assustar. Mineirinho respondeu, então, com uma sequência de “floater” (quando o surfista desliza sobre a crista da onda) e quatro “rasgadas” (quando vai em direção à crista da onda e muda rapidamente de direção) para conseguir 9,80 e garantir a conquista.

A despeito de ter sido campeão mundial em 2015, Mineirinho tem perfil mais reservado e só caiu nas graças da torcida nas últimas baterias. Quando ele venceu, as milhares de pessoas na praia de Itaúna foram ao delírio, cantando seu nome e aplaudindo-o. O atleta foi às lágrimas ainda no mar.

O surfista brasileiro foi constante durante toda a etapa. Na primeira rodada, despachou os compatriotas Jadson André e Wiggolly Dantes e ganhou alguns dias de descanso enquanto os demais disputavam a repescagem. Na terceira, eliminou o também brasileiro Ian Gouveia. Na seguinte, jogou Wiggolly e Gabriel Medina para a repescagem, e conseguiu mais alguns dias de repouso -antes da competição, Mineirinho se queixava de cansaço após as etapas na Austrália.

A partir das quartas de final, ele passou pelos adversários com performances avassaladoras, desanimando-os logo no início das baterias. Contra o campeão mundial Joel Parkinson, colocou-o combinação –a “goleada” do surfe, quando o adversário fica precisando de mais de dez pontos, ou seja, duas ótimas ondas, para empatar. E o percentual de acerto do brasileiro foi muito grande: em sua primeira onda, conseguiu 8,67; na segunda, o 9,83. Parkinson fechou a bateria com 11 pontos.

Na sequência, enfrentou Yago Dora. Em um mar de poucas ondas no horário, conseguiu notas 9,57 e 8,40, somou 17,97 e eliminou o garoto que foi sensação do campeonato ao eliminar os campeões John John Florence, Gabriel Medina e Mick Fanning. Dora terminou a bateria com 11,97. A experiência de Mineirinho foi fundamental na bateria. Ele escolheu as melhores ondas e fez uso inteligente da prioridade, impedindo o adversário de pegar ondas que possibilitassem reação.

Com o título, Mineirinho chegou a sete vitórias em etapas do Circuito Mundial (Mundaka (ESP), 2009; Rio, 2011; Peniche (POR), 2011; Bells Beach (AUS), 2013; Margaret River (AUS), 2015; Pipeline (HAV), 2015), empatando com o compatriota Gabriel Medina, também campeão mundial.

COMPATRIOTAS

A despeito do brilho de Mineirinho, os demais brasileiros do Circuito Mundial decepcionaram em Saquarema. Filipe Toledo (6º) cometeu interferência contra o americano Kanoa Igarashi, foi eliminado na terceira rodada e ainda tentou invadir a sala dos juízes. Por isso, foi suspenso da próxima etapa, em Fiji, e terá a temporada prejudicada em termos de pontos.

Gabriel Medina não esteve em seus melhores dias, oscilou de rendimento, reclamou bastante das ondas de Saquarema e foi eliminado na quinta rodada após derrota para Yago Dora, e não deve variar muito da 11ª posição que atualmente ocupa no ranking.

Fonte: Folha de São Paulo