Manaus, 2 de maio de 2024
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Política

‘Não temos liberdade de manobra’, diz Mourão ao aceitar posse de Lula

Para Hamilton Mourão, Lula não poderia ter concorrido à Presidência da República

‘Não temos liberdade de manobra’, diz Mourão ao aceitar posse de Lula

Vice-presidente Hamilton Mourão. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão, disse nessa quinta-feira (1) que as manifestações que estão acontecendo e pedem uma intervenção militar, contra o resultado das eleições, são legítimas.

Ao mesmo tempo, Mourão acha que as consequências de uma ação para impedir a posse de Lula em 1º de janeiro seriam “terríveis”.

A entrevista foi feita pelo jornal “Gazeta do Sul”, por telefone. Para ele, Lula não poderia ter concorrido à Presidência da República.

“O principal vício ocorreu quando a Suprema Corte simplesmente anulou todos os processos aos quais o ex-presidente Lula foi submetido, julgado e condenado. É algo que, na minha visão, foi uma manobra jurídica que permitiu que o ex-presidente voltasse ao jogo”, disse Mourão.

Leia mais: Mourão: Pedidos contra STF e volta da ditadura são ‘liberdade de expressão’

Porém, segundo o vice-presidente, uma vez que Lula concorreu e venceu, não é possível alterar o cenário. Uma intervenção “redundaria em sanções contra o nosso país” e traria efeitos econômicos perversos, afirmou.

O senador eleito, questionou o resultado das eleições, acusando “falta de transparência” e reivindicando o voto impresso. Ele disse ainda que a diferença pequena de votos coloca Bolsonaro na posição de líder da oposição, e como um dos favoritos em 2026.

Sobre a transição presidencial, Mourão disse que o atual presidente “não irá passar a faixa e também não irá renunciar”, e segundo ele, a passagem de faixa é meramente simbólica e a recusa de Bolsonaro não afeta a transição de fato.

Ele negou que exista uma politização das Forças Armadas e disse que estará junto, no Senado, daqueles que querem alterar a relação entre os três poderes da República, comentando os atritos com a Suprema Corte.

Entre as medidas para estabelecer “limites dos poderes” do STF, Mourão citou até mesmo “produzir o impeachment de algum desses ministros”.

Ao comentar a economia do futuro governo, Mourão previu um aumento da expectativa de inflação com a PEC da Transição ou a PEC do Estouro, e uma reação do Banco Central de aumento dos juros. Isso, segundo ele, irá penalizar a população mais pobre.

(*) Com informações do Correio Braziliense