Manaus, 29 de março de 2024
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Esportes

Polêmica viagem bancada pelo Governo do Amazonas a torneio em Abu Dabhi custou mais de R$ 1,46 milhão

Polêmica viagem bancada pelo Governo do Amazonas a torneio em Abu Dabhi custou mais de R$ 1,46 milhão

O Governo do Amazonas, via Secretaria de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel) gastou mais de R$ 1,46 milhão, com dispensa de licitação, para levar atletas ao Abu Dhabi World Championship de Jiu-Jítsu, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, no início deste mês. A viagem ficou famosa após o blog `Olhar Olímpico`, do UOL Esporte, informar que atletas classificados para o evento reclamaram que não conseguiram embarcar , o que não ocorreu com o secretário da Sejel, Fabrício Lima, a família dele e uma assessora.

O Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 27 deste mês, traz as Portarias com os valores gastos: R$ 527.283,00 com hospedagem e alimentação; R$ 847.043,31 com passagens aéreas; R$ 66.573,00 com translado (contratados com a Trevo Turismo Ltda.) e R$ 25.038,00 com compras de bermudas e camisas para os atletas (contratados com a Ranna Indústria e Comércio de Confecções). Para dispensar as licitações, a Sejel alegou emergência, mesmo com o evento sendo anunciado há mais de um ano, e que os preços eram compatíveis aos de mercado. Como o convênio previa a ida de 66 atletas, a média de gasto por cada um foi de R$ 22,2 mil.

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), através da 13ª Promotoria de Justiça do Amazonas, informou que vai investigar os gastos do convênio firmado entre o Ministério do Esporte e Sejel para levar os atletas ao tornei, pois, de acordo com o blog `Olhar Olímpico`, diversos atletas que seriam beneficiados pelo convênio deixaram de viajar, enquanto que o secretário Fabrício Lima levou a mulher e as filhas. Ele afirma que pagou a viagem delas.

O Inquérito Civil foi apresentado pelo promotor público Leonardo Tupinamba do Valle. Há suspeita de superfaturamento e o próprio secretário admitiu que a assessora de imprensa da Sejel foi apresentada, no convênio firmado com o Ministério do Esporte, como sendo a fisioterapeuta da equipe.

“O Ministério Público precisa estar atento aos gastos realizados com dinheiro público, é necessário ser proativo na defesa dos interesses da coletividade. Ao instaurar o inquérito civil, esta promotoria, sem juízo da valor pré-estabelecido, tem o intuito de averiguar a destinação e o correto cumprimento dos convênios firmados pela Secretaria Estadual de Esportes”, afirmou o promotor.