
Foto: Reprodução Instagram
MANAUS, AM – A arte urbana manauara tem ganhado espaço no dia a dia. É possível ver artes de grafite estampando alguns muros da capital. Um dos artistas que se destaca é o Alessandro Hipz que ganhou repercussão nacional ao pintar uma imagem da atriz Zezé Motta no bairro Cidade Nova, Zona-norte de Manaus. A atriz comentou o post de Alessandro em sua rede social nesta sexta-feira (23).
Em conversa com Alessandro, ele contou que nunca havia pintado o rosto de uma atriz antes, mas durante uma pesquisa achou a foto da Zezé e sentiu vontade de transformar em arte.
“Na minha pesquisa achei essa foto da Zezé no qual eu tive muita vontade de reproduzir. Depois de terminar marquei ela, esperando que ela visualizasse. E ela comentou, gostou e me parabenizou e foi muito gratificante”, contou Alessandro.
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O artista contou que o ‘fazer artístico’ em si já é muito gratificante. Ter seu trabalho reconhecido pela atriz o deixou muito feliz, mas para ele o mais importante foi ela ter gostado da arte.

Foto: Reprodução Instagram
Um pouco sobre Alessandro Hipz
Filho de mãe amazonense e pai mineiro, Alessandro nasceu em 2 de dezembro de 1984. Desde pequeno já era um apreciador da arte. Quando criança se influenciou pelos HQs e animes. Aos 16 anos, ele teve seu primeiro contato com o graffiti e passou a praticar nas periferias de Manaus.
Com o tempo, o amor pela arte cresceu e ele passou a se dedicar à arte e foi aprimorando sua técnica. Hoje, Alessandro adicionou novos elementos e tem como inspiração a valorização da figura da mulher amazonense, no qual procura representar de forma poética.
Muitas pessoas podem não conhecer Alessandro, mas suas obras estão espalhadas pelos muros de Manaus e até em outros estado do país, como: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Teresina, Belém, Boa Vista e Porto Velho.
Mural vertical
Contemplado pelo edital prêmio Feliciano Lana, com ajuda da Lei Aldir Blanc, Alessandro pintou um dos primeiros murais verticais na cidade de Manaus. Ele fica localizado no centro da capital, no antigo prédio do . O artista usou todo seu talento e pintou a figura de uma indígena para incentivar a valorização dos povos originários.
Alessandro acredita que os artistas locais estão lutando todos os dias para terem o reconhecimento que merecem. Segundo ele, na Região Norte há muitos talentos, na arte como um todo, e diariamente a valorização cresce.
“Nos últimos anos, a arte urbana manauara teve uma grande crescente por mérito dos artistas. A gente vê vários artistas se destacando, tanto homens quanto as mulheres. Nós temos uma cena feminina muito forte. Os trabalhos no viaduto trouxeram grande visibilidade para nós artistas urbanos e, cada vez mais, estamos conseguindo surpreender. Os murais verticais estão dando destaque. Isso aconteceu através de muita luta dos artistas”, contou o artista.
Projetos
Além da pintura nos viadutos e no prédio no Centro da cidade, Alessandro já participou de muitos projetos. Um deles foi o documentário “Os Traços Urbanos da Floresta”, realizado pela Manauscult. O projeto trouxe a cena artística urbana de Manaus na visão de artistas locais. Alessandro foi um dos que participou.
Outra participação foi no “Expedição Cultural”, projeto da Secretária de Estado de Cultura e Economia do Estado do AM (SEC), que levava a arte para os municípios do interior do Estado com oficinas e workshops. O pintor participou dois anos seguidos do projeto, levando um pouco do seu conhecimento para os futuros artistas.
Com projetos futuros, ele contou que gostaria de continuar pintando os murais da cidade. Segundo o artista, ter feito a primeira obra no estilo despertou uma vontade grande de deixar os muros de Manaus mais bonitos e transbordando arte.
“À partir do momento que fiz o mural no prédio, despertou em mim a vontade de fazer mais. Então espero, brevemente, poder fazer outro. Já tive essa experiência, então consigo mensurar artisticamente o melhor a fazer e como executar. Depois que a gente faz um trabalho nessa dimensão, você consegue ter uma melhor visualização de como executar esse tipo de trabalho”, revelou Hipz.
Quando questionado sobre qual conselho ele daria aos futuros artistas, Hipz diz: “É meio clichê falar isso, mas é o que sempre segui e repasso. Estudar, praticar e só levar críticas construtivas”.
Ele ainda contou que no começo da carreira haviam muitas críticas ao seu trabalho. Hipz revela que chegou a ser chamado de vagab*, mas isso não o fez desistir. Hoje ele trabalha com o que ama.
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