Deputada denuncia presidente da CBF por possível fraude em documento judicial

Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

Brasília (DF) — A deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) protocolou nesta semana uma denúncia contra Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), junto à Comissão de Ética do Futebol Brasileiro (CEFB). A parlamentar acusa o dirigente de envolvimento em suposta fraude documental que teria garantido sua permanência no comando da entidade, mesmo após já ter cumprido dois mandatos.

No centro da denúncia está um documento judicial supostamente assinado por Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, ex-presidente da CBF. O documento foi utilizado para homologar um acordo que permitiu a continuidade de Ednaldo Rodrigues na presidência. No entanto, laudos médicos e perícias grafotécnicas apontam que Nunes sofre de grave comprometimento cognitivo, o que colocaria em dúvida sua capacidade de assinar o material.

“Trata-se de fato gravíssimo, que compromete a lisura institucional da entidade e atinge em cheio os princípios da ética, da probidade e da responsabilidade que devem reger o futebol brasileiro”, afirmou Daniela Carneiro.

STF e Senado investigam

A denúncia da deputada se soma a outras frentes de investigação. Na quarta-feira (7), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro apure com urgência a autenticidade do acordo. Segundo a decisão, há elementos suficientes para suspeitar de falsificação, o que pode configurar fraude processual.

Paralelamente, a Comissão de Esporte do Senado aprovou, de forma unânime, a convocação de Ednaldo Rodrigues para prestar esclarecimentos sobre a gestão à frente da CBF. O requerimento foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), que também defende a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para aprofundar as investigações.

Girão afirma que há “indícios de favorecimento indevido e possível conflito de interesses em decisões judiciais” que favoreceram Rodrigues, levantando preocupações sobre a legalidade de sua permanência no cargo.

A crise institucional da CBF, agora potencializada por denúncias no Congresso e decisões do STF, reacende o debate sobre a transparência e a governança na entidade máxima do futebol brasileiro.

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