JAPÃO – O ministro da Justiça do Japão, Yasuhiro Hanashi, renunciou nessa sexta-feira (11), depois de receber críticas devido a uma declaração irônica sobre a pena de morte no país. A saída ampliou a crise política em torno do atual governo.
Na declaração que gerou polêmica, Yasuhiro Hanashi disse que seu cargo tem poucas vantagens políticas e que só é procurado pela mídia quando “aprova uma execução”. O ministro ainda chamou as sentenças confirmadas por ele de tediosas.
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O Japão permite a aplicação da pena de morte só em casos de assassinatos, e os condenados são mortos por enforcamento. Os prisioneiros só são informados sobre a sentença na manhã do dia de sua execução.
Os comentários não foram bem aceitos publicamente. Hanashi tentou conter as críticas no Parlamento, Casa na qual pediu desculpas pela declaração, mas o esforço foi em vão.
Desgaste
O agora ex-chefe da Justiça é membro do grupo mais próximo do primeiro-ministro Fumio Kishida no Partido Liberal Democrático (LDP), e sua saída amplia o desgaste do premiê. O ministro Daishiro Yamagiwa também renunciou ao cargo no início deste mês.
O clamor em torno dos comentários de Hanashi seguem críticas generalizadas ao governo sobre os vínculos de seu partido com a Igreja da Unificação, considerada uma seita por parte da população japonesa.
A instituição está no cerne do assassinato do ex-premiê Shinzo Abe em julho –o criminoso alega que sua mãe foi à falência após doar grandes quantias de dinheiro à igreja. Políticos do LDP também são membros da igreja e tentam desvincular a imagem do partido da igreja.
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