Manaus, 10 de fevereiro de 2025
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Economia

Alta do dólar inviabiliza viagens internacionais para muitos brasileiros

O planejamento precisa ser o primeiro da lista, segundo o economista César Bergo. Logo em seguida, vem o seguro-viagem e a compra da moeda local.

Alta do dólar inviabiliza viagens internacionais para muitos brasileiros

Aeroporto de Brasília é o segundo mais movimentado do Brasil - Foto:(Reprodução/Aeroporto internacional de Brasília)

Brasília (DF) – Com passagens aéreas, hospedagem e alimentação nas alturas, as viagens internacionais têm perdido o encanto. Além da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a instabilidade econômica brasileira tem ligação direta com o aumento do dólar.

Na última terça-feira (21), a moeda norte-americana fechou em R$ 6,03.

O cenário afeta quem deseja fazer uma viagem internacional com tudo incluso. Os passeios ficaram mais caros e as “comprinhas” perderam a atratividade.

Dickson Ferreira é publicitário e passou uma temporada em Los Angeles, nos Estados Unidos. Com a alta da moeda norte-americana, ele não recomenda a viagem internacional.

“Antes, com R$ 200 você entrava nos parques da Disney, hoje, você não paga menos de R$ 1.500. Ir para os Estados Unidos não é brincadeira, tudo está muito caro”, disse o empresário.

Ao Portal AM1, o economista César Bergo destacou que a instabilidade impacta diretamente as viagens internacionais.

“As viagens para os Estados Unidos e para a Europa ficaram muito mais caras, (…) então para ir a estes destinos é necessário fazer um bom planejamento. Com contratações tanto da hospedagem quanto do aluguel de carro e também das passagens aéreas com antecedência”, pontuou o economista.

O especialista ainda alerta para os golpes de agências de viagem e de câmbio.

“É preciso tomar cuidado com quem está vendendo para não cair em golpes. (…) Vemos muitas empresas aéreas e agências de viagens que vendem pacotes e não entregam. Verificar os antecedentes das contratadas é importante para que, além de ter um prejuízo, você não fique sem a sua viagem”, disse Bergo.

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Gabriela Tunes em Fargo, Estados Unidos – Foto: (Arquivo pessoal)

Gabriele Tunes, de 27 anos, atua em uma empresa de comunicação na capital federal, e planejou a viagem com antecedência para conseguir visitar várias cidades na Europa antes de embarcar para os Estados Unidos, onde vai se hospedar na casa de parentes.

Devido ao roteiro apertado, a repórter conseguiu comprar apenas a passagem de ida com milhas, o bilhete de volta para o Brasil custou R$ 4 mil.

“Comprei essa passagem no começo de dezembro, quando a moeda estava oscilando. Tentei esperar alguma queda para conseguir adquirir”, pontuou a repórter.

A comunicadora contou ao Portal AM1 que esteve nos Estados Unidos no início de janeiro, e que, com o aumento do dólar, fazer compras no país não é uma opção.

“Realmente não compensa comprar as coisas lá como fazíamos antigamente. Muitas coisas ficam mais baratas no Brasil se a gente converter”, disse Tunes.

Dickson Ferreira ficou em Los Angeles para cuidar do neto de 2 anos e, durante esse período, utilizou os meios digitais para arcar com os custos mensais.

As passagens de ida e volta, o publicitário comprou ainda no Brasil, por R$ 6.100; com a necessidade de adiar o retorno, o brasileiro precisou pagar uma taxa extra de R$ 800, ou seja, no total, gastou R$ 6.900 apenas com os bilhetes aéreos.

 

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Dickson Ferreira com o neto de 2 anos em Los Angeles, Estados Unidos – Foto: Arquivo pessoal

“Hoje, eu não consigo nem comprar a passagem (…) pois com esse modelo econômico brasileiro, infelizmente, eu fui com o dólar a um valor e retornei com ele lá em cima.”

Em média, Ferreira desembolsou U$ 1.200 ao mês, somando os cinco meses e meio que permaneceu no país, e convertendo esse valor com o preço do dólar atual, o empresário desembolsou R$ 40 mil, sem pagar pela hospedagem, aluguel de veículo e alimentação.

“As dificuldades estão cada vez maiores, tudo muito caro. Então, quem é assalariado no Brasil, um casal, não vai com menos de R$ 30 mil para ficar uma semana”, apontou Ferreira.

Dicas para economizar na viagem

Segundo o Ministério do Turismo, alguns dos destinos internacionais mais procurados estão “perto” do Brasil, como Argentina, Paraguai, e Estados Unidos.

Para conseguir fazer uma boa viagem, mesmo com a instabilidade econômica causada pelo governo federal, o economista deu algumas dicas:

  • O planejamento e o seguro viagem são os melhores amigos em uma viagem internacional;
  • não compre a moeda local de uma única vez, adquira aos poucos;
  • Procure uma hospedagem alternativa além dos hotéis.
    Atualmente, existem muitos viajantes que alugam camas em hostels e albergues que ofertam quartos compartilhados, minimizando a despesa;
  • use o transporte urbano;
  • conheça a culinária local com restaurantes menos frequentados, feiras e mercados;
  • faça um roteiro da cidade com atividades gratuitas;
  • leve sempre uma lista de compras para não gastar o que não deveria e voltar endividado.

 

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