
Crianças indígenas (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Manaus (AM) – Com 295 mortes no primeiro ano do governo Lula (PT), o Amazonas lidera um índice de mortalidade na infância de indígenas.
Os dados referentes ao ano de 2022 foram divulgados no último domingo (21) pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Segundo o Cimi, as bases do Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) e da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) registraram a ocorrência de 1040 óbitos de crianças indígenas de 0 a 4 anos.
Os estados que registraram o maior número de óbitos de crianças indígenas de até 4 anos foram Amazonas (295), Roraima (179) e Mato Grosso (124).
Juntos, os três somam 57,5% do total de mortes registradas no ano. A maioria dos óbitos, 575 (55,3%), vitimou crianças do sexo masculino.
Causas evitáveis
Segundo o relatório, foram identificados pelo menos 670 casos de recém-nascidos e crianças com até 4 anos que morreram por causas evitáveis. Isso indica que as mortes ocorreram em decorrência de enfermidades, transtornos e complicações que poderiam ter sido controlados por meio de ações de atenção à saúde, imunização, diagnóstico e tratamento adequados.
Entre as causas, destaca-se a quantidade de óbitos causados por gripe e pneumonia (141), por diarreia, gastroenterite e doenças infecciosas intestinais (88) e por desnutrição (57).
Também chama a atenção do Conselho Indigenista a quantidade de mortes decorrentes de doenças causadas por protozoários (26), como malária, toxoplasmose e leishmaniose.
Dados
Conforme o Cimi, as informações foram obtidas por meio de solicitação feita com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) e da consulta a dados públicos do SIM.
Vale ressaltar que há diferenças na atualização e na abrangência dos dados, visto que a Sesai compila apenas os dados referentes às comunidades atendidas pelos seus 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs).
O SIM, por outro lado, abrange a totalidade do território nacional e reúne, além das informações da própria Sesai, dados das secretarias de saúde estaduais que também incluem dados sobre óbitos ocorridos em contexto urbano. Também sobre mortalidade na infância, o Cimi utiliza as informações das bases mais atualizadas em cada estado.
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