Manaus, 16 de abril de 2024
×
Manaus, 16 de abril de 2024

Cidades

Alunos e professores da Ufam são contra o programa Future-se

Corpo docente e discente da Universidade Federal participarão do protesto nacional contra as medidas adotadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro

Alunos e professores da Ufam são contra o programa Future-se

Depois de um período conturbado, universidades federais vivem um momento de retomada dos investimentos. (Foto: divulgação)

A tendência lançada pelos famosos que frequentam a ilha de Fernando de Noronha chegou no Ministério da Educação (MEC), como sugere o nome do novo projeto da pasta liderada pelo ministro Abraham Weintraub, o Future-se.

A novidade propõe uma aplicação de dinheiro da iniciativa privada como uma alternativa para solucionar o contingenciamento de 30% das universidades federais, anunciado em maio deste ano pelo Governo Federal. A proposta ainda não foi implementada, mas será alvo de protesto nacional na próxima terça-feira, 13.

No Amazonas, estudantes e professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) já sinalizaram que vão aderir ao protesto do dia 13 de agosto.

O percurso também já está traçado, terá início, às 15h, na Praça da Saudade, situada na rua Simão Bolívar, no Centro, e vai finalizar na Praça do Congresso, na avenida Ramos Ferreira, também no Centro de Manaus.

Privatize-se

“É a entrega descarada da universidade pública ao setor privado”, critica o estudante do curso de ciências naturais da Ufam, Kennedy Costa, ao falar do Future-se. E essa interpretação vai ao encontro da opinião do diretor da Faculdade de Informação e Comunicação da Ufam (FIC), professor-doutor Allan Rodrigues. “O projeto traz indicativos de que o Governo Federal pretende investir menos no ensino público superior e está incentivando que as universidades busquem no setor privado a compensação dessa ausência dos recursos públicos”, pondera.

Rodrigues ressalta, ainda, que há universidades federais que vão fechar as portas agora no segundo semestre. Isso porque com o bloqueio dos 30% não será possível arcar com despesas essenciais como o pagamento da conta de água ou da energia elétrica.

Segundo informação da assessoria, esse não será o caso da Ufam, que dará prosseguimento ao segundo semestre sem sofrer os impactos do bloqueio nem quanto aos gastos básicos e nem no pagamento das bolsas das pequisas científicas.

Pesquisa

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), endossa a proposta do MEC porque ele não tem interesse no avanço do país, avalia Kennedy Costa. “Ele desrespeita inclusive o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) quando corta bolsas e faz chacota da principal organização de pesquisa que é Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), ao dizer que a fundação mente quanto aos dados sobre a política de drogas”, justifica o estudante.

Entre as sociedades organizadas que apoiam a causa estão a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Estadual dos Estudantes (UEE), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Sindicato dos Trabalhadores do Estado do Amazonas (SINTEAM).