Em 24 horas, o estado do Amazonas registrou exatos 8.867 focos de queimadas, conforme apurado pelo Portal AM1 junto aos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta terça-feira (11).
Os números revelam que todos os 62 municípios do Amazonas apresentaram, pelo menos, um local incendiado nas últimas 24 horas. A maior parte dos focos de incêndio aparece no sul do estado.
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Liderando a lista, o município de Lábrea (a 853 km de Manaus) registrou 2.522 focos de queimadas em apenas um dia, representando 28,5% do total.
O fogo, inclusive, deixou sinais pelo céu da cidade, que nesta semana estava coberto por uma nuvem de fumaça, conforme vídeo que circula nas redes sociais. (veja vídeo abaixo)
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Na sequência, os dados do Inpe mostram que o município de Apuí (a 1123 km de Manaus) contabilizou 1.875 locais incendiados, o que equivale a 21,2%.
Em terceiro na lista está Novo Aripuanã (a 228.88 km de Manaus) – com 1.359 focos de queimadas – correspondendo a 15,4%.
Humaitá, Manicoré, Canutama, Boca do Acre e Maués registraram 819, 702, 602, 181 e 155 focos de queimadas nas últimas 24 horas, respectivamente.
Números menores
Os municípios do Amazonas que apresentaram, de ontem para hoje, os menores registros de regiões incendiadas foram: Codajás (4); Itamarati (3); Manaus (3); Santo Antônio do Içá (3); Benjamin Constant (2); Iranduba (2); Presidente Figueiredo (2); Amaturá (1); Anori (1); Itapiranga (1) e Juruá (1).
Na pandemia
Durante o período de pandemia, causada pelo novo coronavírus no Amazonas, que iniciou em março deste ano, quando foi registrado o primeiro caso confirmado da doença, e dura até hoje, o número de focos de incêndio aumentou em 22,8%, se comparado com o mesmo período do ano passado.
Segundo os dados do Inpe, enquanto de março a agosto de 2019 foram registradas 74.192 regiões incendiadas, neste ano, no mesmo período, foram registrados 91.868 locais com focos de queimadas em todo o estado do Amazonas.
Clima e fumaça
As queimadas nessas regiões tendem a aumentar durante o segundo semestre do ano, mais especificamente em agosto, quando ocorre o chamado “verão amazônico”.
Segundo o professor de geografia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Valdir Soares, embora seja um período muito seco, não tem como ocorrer uma queimada natural, visto que o bioma amazônico possui bastante umidade.
“Durante as estações secas, o número de queimadas tende a aumentar. Esses focos, a maioria deles, está fortemente associado à atividade antrópica. O bioma amazônico, naturalmente, de acordo com a literatura [estudos específicos], não tem esse potencial de ocorrer uma queimada natural”, disse Soares.
“Durante a estação seca, a umidade no solo tende a diminuir, mas naturalmente, no bioma amazônico, ele tem uma elevada carga de umidade, comparado com biomas como Cerrado e a Caatinga, onde a chance de ocorrer incêndio de forma natural é maior”, continuou.
Sobre a fumaça que encobre o céu, o geógrafo afirma que a nuvem escura pode se alastrar por quilômetros de distância, a depender da circulação do ar.
“Os focos acontecem, de maneira geral, na área rural, mas a capacidade de expansão da fumaça, muitas vezes se torna regional. A fumaça tem a capacidade de dispersão na atmosfera que pode perdurar por horas e dias e, de acordo com a circulação do ar, pode se propagar há quilômetros de distância do seu ponto de origem”, finalizou.
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