Manaus, 20 de abril de 2024
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Cidades

Sindicatos reagem ao anúncio de retorno das aulas presenciais em Manaus

Para os sindicatos, as escolas públicas não possuem condições de segurança e apontam riscos à saúde do corpo docente e aos discentes

Sindicatos reagem ao anúncio de retorno das aulas presenciais em Manaus

Foto: Divulgação/Seduc

Os sindicatos de trabalhadores da Educação no Amazonas rejeitaram o retorno das aulas presenciais na rede pública de ensino, a partir de 10 de agosto em Manaus. O anúncio foi feito pelo governador Wilson Lima, nesta terça-feira (28) em entrevista coletiva no Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Elisa Bessa Freire, no bairro Jorge Teixeira.

Conforme o cronograma, as aulas presenciais das unidades estaduais de ensino em Manaus retornam no dia 10 de agosto, para estudantes do Ensino Médio regular e da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). No dia 24 de agosto, retornam os alunos do Ensino Fundamental (anos iniciais e finais). Ainda não há previsão para retorno das aulas no interior do Amazonas.

Leia mais: Retorno das aulas presenciais na rede pública estadual inicia em 10 de agosto

As entidades sindicais defendem que as escolas públicas não têm estruturas e nem condições de atender o retorno às aulas na data estabelecida, uma vez que a pandemia da covid-19 ainda não está controlada.

“Somos contra a volta nesse momento, porque as escolas não possuem condições de oferecer um retorno seguro para os trabalhadores da educação e nem para os alunos. Queremos que o “Plano de Retorno às Aulas Presenciais” seja revisto com cautela, pois estamos falando de vidas e elas não se recuperam”, declarou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Ana Cristina Rodrigues.

Procurado pelo Portal AM1, o Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical) também se manifestou contra o retorno das  aulas presenciais e lembrou que em reunião, no último dia 24, foram apresentadas pela categoria uma série de reivindicações à proposta do “Plano de Retorno às Aulas Presenciais” da rede pública estadual.

“Foram sugeridas reformas nas janelas das salas de aula e salas de professores bem como testagem em massa de trabalhadores e alunos, sem utilização de testes rápidos. Outro fator importante é o rígido controle do poder público sobre o transporte coletivo urbano para que alunos e trabalhadores da Educação não se contaminem dentro dos ônibus no trajeto de ida e volta da escola”, explicou o representante da entidade, Lambert Melo.

Leia mais: Sindicato quer ‘condições básicas’ para retorno de aulas presenciais no AM

Ações 

O Sinteam anunciou que deve começar, ainda esta semana, um ciclo de assembleias para definir os próximos passos da categoria: “Além disso, já entramos com ações no Ministério Público e demais órgãos de Justiça para que haja uma maior fiscalização sobre o que Estado está fazendo. No caso mais extremo, falaremos sobre greve”, destacou a presidente Ana Cristina.

Já no último dia 17, a Asprom Sindical informou que os trabalhadores da Educação deflagraram o “estado de greve” e convocou os professores e pedagogos para uma Assembleia Geral Extraordinária a fim de decidir sobre o alerta para uma possível paralisação. A reunião está marcada para ocorrer no dia 1º de agosto, a partir das 8:30h, na Praça da Polícia, Centro Histórico de Manaus.

Medidas de segurança 

Em nota divulgada à imprensa, a Seduc reforçou que o retorno das aulas presenciais da rede pública estadual de ensino obedece às medidas de segurança em saúde determinadas no Plano de Retorno às Atividades Presenciais. Conforme a pasta, a decisão tem o aval da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), que acompanha os dados do novo coronavírus (Covid-19) no estado.

Algumas das medidas de segurança em saúde que constam no Plano de Retorno às Atividades Presenciais são: distribuição e uso obrigatório de máscaras entre todos os profissionais e estudantes; reforço nas práticas de higiene pessoal, como lavagem correta das mãos nas pias instaladas nos ambientes comuns; distanciamento de pelo menos 1,5 metro entre as pessoas, tanto na sala de aula como nos corredores e refeitórios; e limpeza constante das superfícies para evitar a proliferação do vírus.