Manaus, 24 de abril de 2024
×
Manaus, 24 de abril de 2024

Cidades

Transporte escolar precário afeta estudantes em Presidente Figueiredo

Além da problemática da falta de combustível para o transporte, ex-monitores escolares alegam que trabalharam por quase dois anos sem receber

Transporte escolar precário afeta estudantes em Presidente Figueiredo

Centenas de alunos da rede municipal de ensino de Presidente Figueiredo, distante 107 quilômetros de Manaus, estão com o ano letivo prejudicado por conta da falta de transporte escolar ocasionada pela falta de combustível.

Os alunos moram na área rural do município, nas ZFs 4, 5, 6, 10 e em outras comunidades que dependem dessa condução diariamente, e os pais estão preocupados com o rendimento escolar dos filhos.

Um dos moradores do ramal ZF5 (também conhecido como Montebol), localizado no km 996 (antigo 83) da rodovia BR-174, reclama que sua neta está desde a semana passada sem ir à escola e vê preocupação, pois não sabe quando haverá aula.

“O que falam pra gente é que não tem diesel para colocar na Kombi, minha neta está perdendo aula e não sei como vão fazer para repor os assuntos perdidos”, contou o avô de um dos alunos que prefere não revelar o nome com medo de represália. Ele disse que todas as manhãs aguarda a condução para levar a neta ao 1º Colégio Militar Municipal de Presidente Figueiredo – Dr. Octávio Lacombe, localizado na sede do município.

Conforme o avô, duas kombis fazem a condução dos alunos do ramal ZF5 até a BR-174 e de lá os alunos pegam o ônibus escolar, pois não há condições de o veículo entrar no ramal devido às condições precárias, uma vez que o ramal não é asfaltado e nem há previsão de pavimentação, conforme informaram os moradores da área.

A Secretaria Municipal de Educação de Presidente Figueiredo tem uma parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da qual os alunos que utilizam o transporte escolar podem utilizar os veículos das duas secretarias, conforme a rota feita por cada um.

Falta de contrato e pagamento

Além da problemática do transporte escolar, ex-monitores escolares alegam que trabalharam por quase dois anos sem sequer receber, com a promessa de que seriam contratados, coisa que não aconteceu.

“Quando o novo prefeito (Romero Mendonça) assumiu, foi prometido que iríamos ser contratados, mas o contrato nunca chegou e disseram que assim que chegasse o contrato, iriam pagar retroativo. Pediram até os nossos documentos. É provável que não façam o pagamento, como não temos nenhum documento e não assinamos nada, não temos como comprovar”, confessou um ex-monitor, que prefere manter o sigilo, com medo de represália.

Segundo ele, durante esse período, ele e mais outros sete monitores que estão sem receber, tomavam conta de centenas de crianças que moravam em três ramais nos quilômetros 961 (78), 966 (83) e na ZF6.

Conforme o ex-monitor, antigamente o transporte escolar era feito por ônibus da prefeitura (amarelos), mas o serviço foi terceirizado, passando a fazer a condução escolar a empresa Amore, vencedora de licitação.

Apesar da afirmação dos ex-monitores de que trabalharam sem receber por quase dois anos, o secretário Municipal de Educação de Presidente Figueiredo, Anifran Pinheiro Gaia, esclarece que não é verdade. “Essa conversa não procede, é uma inverdade. Os monitores que temos são do quadro efetivo e não prometemos isso a ninguém”, explicou Gaia.

Sobre a falta de combustível para o transporte escolar, a Secretaria Municipal de Educação ressaltou, por meio de nota, que o Projeto de Lei n.º 023 solicitando a abertura de crédito suplementar para atender o abastecimento do transporte escolar só foi votado na Câmara Legislativa Municipal no último dia 13 de setembro e que o abastecimento do transporte escolar será normalizado nesta segunda, 16.

Confira a nota na íntegra:

A Secretaria Municipal de Educação, através do Secretário Anifran Pinheiro Gaia, justifica e esclarece à comunidade escolar de Presidente Figueiredo que, pelo Projeto de Lei n. 023, datado de 27/08/2019, foi solicitado a abertura de crédito suplementar para atender o abastecimento do Transporte Escolar no período de setembro a dezembro/2019.

O Projeto de Lei citado acima, foi protocolado na Câmara Legislativa Municipal no dia 30/08/2019, porém somente foi votado no dia 13/09/2019 pelos Vereadores Municipais, fato este que prejudicou o abastecimento dos veículos escolares e, consequentemente, o transporte dos alunos da área rural do Município.

Hoje, 16/09/2019 (segunda-feira), acreditamos que o abastecimento dos transportes escolares estará resolvido e normalizado, uma vez que os procedimentos legais já foram deliberados.